As duas equipes mineiras têm vivido momentos distintos neste início de Campeonato Brasileiro, situações basicamente opostas à expectativa depositada sobre ambos. O Cruzeiro, pautado como um dos favoritos a vencer grandes competições este ano, tem jogado bem abaixo do esperado e perdendo mais vezes do que vencendo neste começo. O Atlético, que entrou no torneio com total desconfiança graças ao desempenho bastante negativo demonstrado sob o comando de Levir Culpi, venceu quatro de cinco jogos e está no topo.
Ambas situações têm que ser observadas neste cenário por completo. O primeiro ponto é de que se tratam de momentos, que, na velocidade com que as análises mudam por aqui, podem se alternar por completo rapidamente. Do lado celeste, a capacidade do grupo já foi comprovada em diversas vezes em que foi exigido. Porém, por outro lado, o fato de existir "crédito" pela história vitoriosa de muitos ali não pode ocultar a necessidade de cobrança, cobrança essa que tem que vir pelo que tem sido apresentado em campo, e não tentando depositar em possíveis situações externas às quatro linhas a responsabilidade como os principais fatores relativos a isso.
Se existem ou existiram problemas internos no clube, não seria esta uma novidade em uma equipe vencedora. Cabe à gestão impedir com que elas afetem o desempenho ou blindar o grupo caso se tratem de boatos, cada vez mais comuns hoje em dia. Importante não haver um desvio de foco que tem que estar, sobretudo, no lado técnico, no que essa equipe pode desempenhar além do que vem demonstrando. Esse é o ponto de debate: é um time com possibilidade muito maior de rendimento com relação ao que tem feito, sobretudo nas últimas semanas. O Cruzeiro tem jogado bem menos do que pode e falhado muito mais do que se espera.
Do lado do Atlético, após vários "nãos" de treinadores procurados para o comando técnico do clube, Rodrigo Santana tem demonstrado um bom papel. Já vem de muitos lados a opinião de que ele deveria ser mantido. Bom, sabemos que o interesse do Atlético é o de contratar um técnico, e o interino tem essa consciência. Caso contrário, eu entenderia a sequência de Rodrigo como uma possibilidade interessante, desde que haja respaldo e tranquilidade para o desenvolvimento de um trabalho, ao menos, a médio prazo. Colocá-lo para substitui-lo na primeira sequência de derrotas serviria apenas para queimar mais um bom profissional que demonstrou potencial no clube.
Com as cifras possivelmente quase que milionárias dedicadas para a aquisição de um treinador "de peso", que não necessariamente entregaria o resultado esperado, poderiam ser contratados jogadores capazes de mudar o patamar do elenco, que ainda não é de conquista de grandes títulos. Vale ressaltar também que alguns jogadores deixarão o grupo agora no meio do ano, abrindo mais um espaço para contratações. É disso que o Atlético precisa, inicialmente. Rodrigo Santana deixou claro que era possível fazer mais do que Levir vinha fazendo, até mesmo com esse elenco.