A temporada 2019 começa no próximo fim de semana com dois favoritos aos principais títulos disputados no país. Não quatro, cinco ou até seis equipes disputando as taças; apenas duas. E nem preciso fazer mistério sobre quais são: Flamengo e Palmeiras. O resto só vencerá caso dê algo errado com ambos.
O retrato do futebol brasileiro é cruel: temos uma equipe que se organizou, com uma diretoria nova, tentando se sobrepor na base dos investimentos milionários. Poucas vezes na história vimos uma situação tão desproporcional como estamos presenciando. O Rubro-Negro se impõe, se coloca com um poder financeiro em cima de grandes destaques. O caso Arrascaeta mostra inclusive como a equipe carioca se comporta: como o clube onde a maioria dos atletas do Brasil gostaria de estar. Inclusive, isso é tão cruel que o Flamengo se vê pagando salários astronômicos para jogadores medíocres, inflacionando o mercado e dificultando ainda mais a vida do restante.
No caso do Palmeiras, a construção de seu novo estádio, com o dinheiro incontrolável do seu patrocinador, deixa o atual campeão brasileiro como o único a brigar de igual para igual com o rival do Rio de Janeiro. Mesmo menos atuante na janela de transferências, nota-se claramente que o diretor de futebol Alexandre Mattos está satisfeito com o time que colocou nas mãos do técnico Luiz Felipe Scolari. Sem perdas notáveis e com posições repostas, é evidente que os paulistas chegam para tentar dominar, com a vantagem de ter um time pronto.
No entanto, temos que ressaltar que estamos falando de futebol. Logo, outras equipes correm por fora das disputas, apesar de a distância ter aumentado. Trata-se de São Paulo, Grêmio e Cruzeiro. O primeiro, claramente, pelo retorno de Hernanes, que consegue ser bem acima da média por aqui. O Grêmio, que conseguiu manter o técnico Renato Portaluppi, luta para manter o nível das últimas duas temporadas, mas se viu enfraquecido.
A Raposa perdeu tecnicamente seu melhor jogador, mas a base é idêntica à que venceu as últimas duas edições da Copa do Brasil. Certamente, ao lado da Copa Libertadores, será um dos objetivos do clube azul. A dificuldade será manter o nível no Campeonato Brasileiro, com um elenco ainda mais frágil em relação a 2017 e 2018. As reposições não aconteceram, e quem saiu, salvo Rafael Sóbis, muito pela sua importância tática e de vestiário, não deixará saudades. Porém, quem chegou precisa muito mostrar o seu valor.
Em um nível abaixo, mais pelas apostas do que propriamente pelo que mostrou, temos o Atlético ao lado do Internacional. O Colorado fez uma campanha surpreendente na Série A após uma queda histórica, mas ainda carece de qualidade na hora de batalhar contra os outros grandes. Manter a base já é indício de bom trabalho.
No Galo, as apostas ditam a esperança. Conseguiu uma classificação à Libertadores heroica, após um ano colecionando decepções. Vê em Levir Culpi uma possibilidade de trabalhar seus jogadores a ponto de fazer campanhas honrosas. A realidade virá à tona já em fevereiro, na estreia do Continental. Para o Alvinegro, o “matar ou morrer” já era previsto desde o fim de 2018.
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- Leandro Cabido
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Expectativas e favoritos para 2019
A dificuldade será em manter o nível no Campeonato Brasileiro, com um elenco ainda mais frágil em relação a 2017 e 2018
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