Já anunciado pela Federação Mineira de Futebol (FMF), o árbitro assistente de vídeo (VAR) será a novidade no Campeonato Mineiro deste ano. O sistema eletrônico, no entanto, só será utilizado nas semifinais e na final, ou seja, em seis jogos. O custo estimado é de R$ 40 mil por partida, despesa essa que será bancada pela federação – pelo menos desta vez.
A questão é que, para o uso do VAR, os estádios precisam ser, obrigatoriamente, homologados pela International Football Association Board (Ifab). Hoje, apenas o Mineirão tem essa certificação. O Independência também estará apto, restando apenas alguns detalhes para ser validado. Essa homologação tem um custo: R$ 35 mil, que é de responsabilidade do dono da casa. Se um clube do interior chegar à semifinal e quiser mandar o duelo em seu estádio, terá que desembolsar essa grana. Mas ele não poderá esperar garantir a classificação às semis para abrir o processo. Ele terá que fazê-lo antes da fase quartas de final. Ou seja, ele pode validar seu estádio (investindo um valor para tal) e acabar eliminado.
Consequência
Com contas apertadas, o time do interior pode abrir mão da tecnologia e, caso chegue à semifinal, tenha que mandar o duelo na capital. Caso enfrente os grandes, na prática, poderia se configurar uma inversão de mando de campo, embora isso não seja grande problema para os pequenos, que já transferiram jogos para BH de olho em melhor renda no mata-mata. É bom lembrar que os clubes aprovaram em arbitral que a capacidade mínima para as quartas de final é 10 mil torcedores.
Decisão
Por que a FMF exige a homologação do VAR no estádio antes das quartas de final? Para, justamente, evitar contratempos de última hora e realizado na pressa. A certificação do estádio exige testes de equipamento e até partidas simuladas para verificar que tudo vai ocorrer bem. No interior, apenas o Boa Esporte já manifestou o interesse em homologar o estádio Dilzon Melo, em Varginha, até por uma perspectiva do local ser usado em uma competição da CBF por causa do VAR.
Quadro
A utilização do VAR no Campeonato Mineiro também mexe em uma polêmica que permeia o Estadual todos os anos: os clássicos devem ou não ser apitados por árbitros de outros Estados? Por causa da tecnologia, é grande a chance de termos juízes de fora nas semifinais e na final. Explico. Para atuar em jogos com VAR, os árbitros precisam ser certificados pela Ifab. No quadro atual da FMF, apenas três árbitros e três assistentes estão aptos ao uso do sistema.
Qualificação
Os árbitros mineiros com certificação do VAR são Emerson Almeida, Ricardo Marques Ribeiro e Igor Benevenuto. Celso Silva, Felipe Alan e Guilherme Dias Camilo também estão capacitados como assistentes. E essa capacitação não é barata, custa R$ 450 mil para uma turma de 25 árbitros. Após a Copa do Mundo, a CBF promoveu dois cursos de certificação, selecionando árbitros e auxiliares de seu quadro e da Fifa para participarem desse processo.
Uso
Na última terça-feira, no seminário “Futebol, Gestão e Inovação”, promovido pela Federação Mineira de Futebol e pelo Mineirão, o presidente da comissão de arbitragem da FMF, Giuliano Bozzano, explicou aos jornalistas como se dará o uso do VAR, tudo conforme orientação da Ifab. Basicamente, são quatro ações que podem ser revisadas pelo árbitro assistente de vídeo: gol, pênalti, cartão vermelho e identificação equivocada de um atleta.
Revisão
Resumidamente, qualquer um desses quatro incidentes é revisável. Com a bola em jogo, o árbitro tem sempre que tomar uma atitude em campo, mas o VAR também pode iniciar uma verificação da cabine. Se é claramente errado, o VAR intervém e recomenda uma revisão. Se o lance não é claramente errado, o VAR não intervém e a verificação é concluída. Mas, se o árbitro suspeitar que um grande erro ocorreu ou algo sério foi perdido, ele pode recorrer ao VAR.
Os pormenores do VAR no Campeonato Mineiro
O sistema eletrônico só será utilizado nas semifinais e na final, ou seja, em seis jogos
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