Cerca de 120 mil inquéritos aguardavam investigação nas delegacias de Minas, segundo estimativa feita pelo sindicato dos servidores da Polícia Civil em junho, antes da greve. A categoria não tem o número de processos que se acumularam devido à greve.
Para o pesquisador do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Frederico Couto, os efeitos dos acúmulos de inquéritos são mais dramáticos nos casos de crimes contra a vida. “A chance de se elucidar um homicídio, por exemplo, passa a ser quase nula. Isso gera efeito cascata, pois os crimes que estão sendo cometidos agora também não são investigados, atrasando os que já estão na fila. Para a população, esse é o lado perverso (da greve)”, avalia.
Já a corporação afirma que, mesmo se os serviços estivessem funcionando normalmente, o número de inquéritos acumulados continuaria a crescer. Em Lavras, no Sul, por exemplo, cerca de 7.000 processos seguem parados por falta de efetivo, segundo o sindicato. Já em Ipatinga, no Vale do Aço, mais de 500 processos foram arquivados pelo mesmo motivo. Dados da capital não foram informados. (AL)