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Busca por corpos do jatinho é "preocupante", diz bombeiro

O capitão Marcos Palumbo disse que a corporação enfrenta dificuldades para encontrar os corpos das sete vítimas que estavam no jatinho que caiu em Santos

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 13 de agosto de 2014 | 17:24
 
 
 
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O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, disse que a corporação enfrenta dificuldades para encontrar os corpos das sete vítimas que estavam no jatinho que caiu em Santos (SP) na manhã desta quarta-feira (13). O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu no acidente.

"A situação é muito preocupante", disse Palumbo, porque os destroços se espalharam por seis imóveis. "Tem uma turbina no jardim de uma casa e a outra atingiu o segundo andar do edifício", disse.

A equipe de resgate foi dividida em quatro grupos para dar conta de toda a área, e um cão farejador da corporação foi trazido de São Paulo para ajudar nas buscas. Com o impacto da queda do jatinho, os corpos das vítimas foram mutilados.

O capitão descartou a possibilidade de choque com outra aeronave, como foi aventado no início da tarde. Segundo ele, foram encontrados destroços apenas do jatinho.

Bola de fogo

Moradores da rua onde caiu o avião que levava Eduardo Campos (PSB), em Santos (SP), contaram que o jatinho estava em chamas antes mesmo de cair.

"Vi uma bola de fogo cair sobre as casas", afirmou o aposentado Rosário Masullo, 54, que mora no prédio ao lado do que foi atingido.

O aposentado estava indo à feira quando viu uma "bola de fogo" cruzar o ar até cair sobre o prédio. "Voltei correndo para ver como estava minha família", disse. No apartamento dele, estavam a mulher e dois filhos, além de dois cachorros. Ninguém ficou ferido. A família contou ter ouvido um estrondo, sem saber do que se tratava.

O aposentado Davi Teixeira Gomes, de 92 anos, e seu filho, o engenheiro mecânico Manuel Gomes da Silva, 63, moram no prédio atingido pelo avião.

Eles estavam no carro, na rua onde moram, e ouviram uma vibração forte e um estrondo causado pelo impacto. "Quando olhamos para trás vimos o fogo da explosão", disse Manuel, que na hora não entendeu o que tinha acontecido.

A corretora de seguros Daniela Yamasato, 40, estava em casa no momento da queda e não viu o acidente, mas ouviu um barulho forte. "Já percebi que era um avião caindo muito perto", disse. "Senti muito medo, não deu tempo nem de pensar direito", contando que socorreu dois cachorros que saíram do prédio atingido.

Complexidade

Segundo o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, a atuação no resgate de restos mortais das vítima do acidente aéreo que matou o candidato a presidente pelo PSB Eduardo Campos, na cidade de Santos, é altamente complexa. Ainda de acordo com Palumbo, a identificação dos restos mortais só será possível por meio de DNA.

De acordo com ele, que já atuou em outros desastres aéreos, a configuração do acidente é ainda mais complexa do que o da TAM, em 2007, que matou 199 pessoas.

"Diferente da operação de resgate da TAM, hoje não há corpos para serem resgatados. Esse é um fato inédito para muitos dos bombeiros nessa operação. O grau de dificuldade da atuação é muito alto", disse ele.

Quarenta e cinco bombeiros estão trabalhando com cães farejadores e aguardam a chegada de equipamentos especiais de São Paulo para facilitar as buscas pelos restos mortais. O local do acidente foi dividido em quatro quadrantes para facilitar as buscas.

Outra prioridade dos Bombeiros é a busca pela caixa-preta da aeronave, que deve auxiliar na investigação das causas do acidente. No início da tarde, os bombeiros auxiliaram agentes do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) que vistoriaram o local.
De acordo com os bombeiros, oito casas do local do acidente foram atingidas e ao menos duas correm o risco de desabarem enquanto os bombeiros trabalham.

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