O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (5) que a contraprova do exame feito em uma adolescente de 13 anos, de São Paulo, deu resultado positivo, mas não preenche a definição de caso para o Covid-19, o novo coronavírus. Segundo a nota divulgada, a situação é “atípica” e, “sem qualificar novo caso, o Brasil permanece com 3 confirmados e 531 suspeitos” do coronavírus. Outros 315 casos já foram descartados por exame laboratorial.
O ministério diz que estuda, em conjunto com as secretarias estadual e municipal de Saúde de São Paulo, uma infecção assintomática por Covid-19 na adolescente, que retornou da Itália no último domingo (1º). “Segundo critérios técnicos, embora tenha confirmado a presença do vírus, um portador assintomático não cumpre a definição de caso, o que incluiria febre associada a mais um sintoma respiratório. Portanto, esse não será somado aos casos confirmados do novo coronavírus”, diz a nota.
A pasta informa ainda que outras análises estão sendo realizadas para mostrar a carga viral e potencial de transmissão. Além disso, será avaliada a supressão de sintomas por uso de medicamentos, já que a adolescente foi atendida em hospital na Itália após uma lesão de ligamento no joelho. Também será analisado o histórico dos familiares que a acompanharam na viagem. Apesar de a notificação não cumprir as definições para vigilância em saúde, a adolescente e seus contatos serão monitorados.
“Em saúde pública, critérios de definição de casos suspeito e confirmado não podem, nem devem, ser confundidos com critérios de inclusão que se utiliza em projetos de pesquisa. Critérios de definição são utilizados para uniformizar as ações de vigilância, utilizar adequadamente os recursos laboratoriais, obter informações que colaborem, por exemplo, com a estruturação da rede de assistência e com adoção de medidas de prevenção e controle exequíveis”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.
A paciente foi atendida no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, na terça-feira (3), onde foi coletada amostra para exame encaminhado ao Laboratório Fleury. Com o resultado positivo, a contraprova foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz.
A paciente, porém, não teve sintomas desde que chegou ao país. Segundo equipes do Ministério da Saúde, a probabilidade é que ela tenha feito o teste por ter estado internada em um área onde há transmissão do novo vírus e para possíveis novos procedimentos médicos.
Atualmente, não há recomendação para que casos sem sintomas sejam testados para o novo vírus. Nessa quarta-feira (4), ao ser questionado sobre o caso, ainda em investigação naquele momento, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, negou que mudanças na orientação atual da pasta.
"Do ponto de vista da saúde pública, não vamos fazer exame de todo mundo para, numa loteria esportiva, saber se alguém teve o vírus", disse ele, para quem a medida seria ineficaz na contenção do vírus. Ainda na quarta, o Ministério da Saúde confirmou o terceiro caso de covid-19 no Brasil. O paciente é um homem de 46 anos nascido na Colômbia, mas que vive em São Paulo e fez viagens recentes à Espanha, Itália, Áustria e Alemanha. Ele foi atendido no hospital Albert Einstein e teve o caso confirmado em exames. Em seguida, foi encaminhado para isolamento domiciliar.
(*Com agências)