Em segurança

Menina de 10 anos estuprada pelo tio pede pra realizar sonho de comer hambúrguer

Criança sorriu ao ver todos os presentes recebidos no hospital; enfermeira que acompanhou caso disse que menina se sentiu aliviada ao saber da prisão do agressor

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de agosto de 2020 | 15:33
 
 
 
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A menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio já recebeu alta depois da interrupção da gravidez em Recife (PE) e voltou à sua casa, no Estado do Espírito Santo. De acordo com o médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, gestor executivo e diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), unidade onde ocorreu o aborto, a menina está bem. 

“Na volta, ela ainda pôde realizar o que ela disse que era o maior sonho dela, comer um sanduíche de uma rede de fast-food, já que nunca tinha experimentado”, contou o médico responsável pelo Cisam.

Alívio

A enfermeira Paula Viana do Grupo Curumim, uma ONG feminista do Recife que esteve acompanhando o caso da menina, que engravidou após ter sido estuprada pelo tio em São Mateus, no Espírito Santo, relatou nesta quarta-feira (19) que a criança se sentiu aliviada após descobrir pelo celular que o agressor havia sido preso.

“Ela recebeu a notícia e mostrou para a avó, que me disse que a neta estava aliviada porque pensava que, solto, ele poderia matar o avô dela”, contou. A polícia prendeu na madrugada desta terça-feira (18) o acusado de estuprar e engravidar a menina.

A informação foi divulgada pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, no Twitter. R.H. de J., de 33 anos, é ex-presidiário e já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma. 

A enfermeira acrescentou que a criança demonstrou felicidade ao receber presentes durante sua internação. “Ela é uma menina muito calada, com um olhar muito triste, de alguém que já sofreu muito, mas a vi sorrir quando me mostrou os presentes que recebeu. Foi muito importante para ela ter recebido aqueles presentes, porque é apenas uma criança e estava sendo tratada como uma criança”, disse.

Protestos contra e a favor

No dia do procedimento, o hospital foi alvo de atos de grupos religiosos, contrários ao aborto. Também houve manifestações de grupos de mulheres que defendiam o procedimento. Em entrevista ao “Estadão”, Morais Filho, médico responsável pela unidade que realizou o aborto, afirmou que as pessoas “misturam ciência com religião, saúde com religião” e que é uma “tortura” o Estado obrigar a manutenção da gravidez de uma mulher violentada.

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