Durante coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (15), o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que houve erros na vacinação de adolescentes no Brasil. Esse foi, inclusive, um dos motivos que fizeram com que o Ministério da Saúde revisse e alterasse a orientação oficial sobre a vacinação contra a Covid-19 para a faixa etária - evento que culminou na suspensão da imunização de adolescentes sem comorbidades.
Segundo dados apresentados pelo Ministério da Saúde, mais de 3,5 milhões de pessoas, entre 12 e 17 anos, foram vacinadas no país. Todos eles, segundo o ministro, sem a autorização do Plano Nacional de Imunização, que previa a vacinação do público prioritário desta faixa etária apenas a partir de 15 de setembro.
Queiroga citou ainda que alguns dos jovens foram vacinados com imunizantes não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, recebendo vacinas da Janssen, AstraZeneca e CoronaVac. Há casos de adolescentes que receberam três ou doses de imunizantes.
Casos adversos
A falta de evidências científicas consolidadas sobre os benefícios da imunização deste grupo também motivou a revisão pelo Ministério da Saúde. De acordo com Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, foram 1.500 registros de adolescentes que apresentaram efeitos adversos à vacina. A maioria deles ocorreu naqueles que receberam imunizantes não indicados para a faixa etária.
Cautela
Diante dos erros na aplicação de vacinas, relatos de casos adversos e no acompanhamento da situação em outros países - o ministro citou a decisão do Reino Unido de não vacinar adolescentes entre 12 e 15 anos por conta de um efeito colateral raríssimo provocado pela vacina da Pfizer - Queiroga disse que o MS age com cautela ao suspender a vacinação de adolescentes sem comorbidades.
“O Ministério da Saúde pode rever a posição desde que haja evidência científica sólida. Por enquanto, por questão de cautela, temos eventos adversos a serem investigados, temos adolescentes que tomaram vacinas que não estavam recomendadas, temos que acompanhar", afirmou.
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