A zona sul do Rio de Janeiro vive uma crescente onda de assaltos, furtos e arrastões em Copacabana, um dos bairros mais tradicionais da cidade. Com o intuito de se "vingar" dos criminosos, um grupo , denominado "justiceiros", foi criado para sair as ruas e enfrentar possíveis assaltantes. Veja o que se sabe sobre o grupo:

Quem são os justiceiros?

O grupo é formado, em sua maioria, por homens, moradores da região, praticantes de Jiu-Jitsu e até os considerados "Bad Boys". Ele é formado na internet por grupos de Whastapp. É também nas redes sociais que os integrantes se organizam e se dividem para sair nas ruas.

Por que eles surgiram?

A convocação começou após um assalto, no último sábado (02), na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, às 18h00, horário de grande movimento na região. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que um idoso de 62 anos é abordado pelos criminosos. A vítima leva um soco de um dos assaltantes, cai ao chão e é nocauteada. O grupo foge levando pertences do homem. O comerciante foi atacado ao tentar defender uma personal trainer.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que o homem que atacou o idoso com um soco foi preso. O suspeito tem nove passagens criminais por roubo, furto e tráfico de drogas, por atos praticados desde a adolescência. O criminoso  já foi preso duas vezes desde que atingiu a maioridade.​ Os outros integrantes do grupo ainda não foram identificados e presos.

É a primeira vez que o grupo é formado?

Não. A ideia de procurar ladrões nas ruas de Copacabana não é nova. Pelo contrário, em 2015 os justiceiros atuaram na região com o mesmo intuito de "caçar criminosos".

Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra um morador convocando a população para fazer "justiça com as próprias mãos". O homem, inclusive, relembra a ação há 8 anos:

“E aí, rapaziada de Copacabana? Qual vai ser? Vamos deixar os caras fazerem o que querem aqui no nosso bairro mesmo? Cadê a nossa rapaziada de 2015 que botou esses caras tudo pra correr? E aí? Vai esperar ser o nosso pai, o nosso avô? Alguém da tua família? Tomar um sono na cara e ficar por isso mesmo? Ninguém fazer nada?”, desabafou morador em vídeo.

O professor de Jiu-jitsu, Fernando Pinduka, com mais de 100 mil seguidores, também usou as redes sociais para apoiar o grupo de justiceiros e fazer o que ele chama de "Limpeza".

"Seria fantástico um engajamento das academias e de lutadores da localidade participando dessa ideia , abraçando o projeto de limpeza em Copacabana", escreveu na publicação .


O que dizem as autoridades?

A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que está investigando o grupo. Fazer justiça com as prórias mãos é crime, de acordo com o Código Penal Brasileiro, com pena de quatro a oito anos de prisão.

Em entrevista á Globo News, o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, se mostrou contra o movimento e afirmou que esse grupo é o "berço da milícia".

"É exatamente isso, um grupo que se acha acima do bem e do mal, que se acha no direito de fazer justiça com as próprias mãos. O justiceiro é criminoso", disse Santos durante a entrevista.

O grupo já tem atuado nas ruas de Copacabana e vídeos que viralizaram nas redes sociais mostram os ataques. Nesta quarta-feira (06), um vendedor de balas foi agredido por um garçom de um bar ao ser confundido com um ladrão.