A varíola dos macacos é uma doença que está mobilizando as autoridades sanitárias do mundo todo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu na última sexta-feira (1º) uma ação urgente na Europa para conter a propagação do vírus.
O alerta já chegou ao Brasil também. Segundo o Ministério da Saúde, até esse domingo (3), 76 casos de varíola dos macacos haviam sido registrados no país.
A doença é transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada com o vírus e com lesões de pele. Esse contato pode ser, por exemplo, por abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado.
Com toda a preocupação em torno do possível surto no país, muitas pessoas se deparam com dúvidas, como por exemplo, a partir de quais sinais elas deverão procurar atendimento médico.
De acordo com o médico José David Urbaez Brito, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o paciente deve se atentar principalmente para o antecedente epidemiológico.
O infectologista afirma que a partir do momento em que se detecta um quadro febril agudo, já é preciso ficar atento aos próximos sinais.
“Os sintomas são como de qualquer outra virose. Febre, mal estar, dores musculares, indisposição, dentre outros. Além do aparecimento de lesões na pele, que podem ser identificadas nos locais de mais contato, como na genitália, na boca, no nariz e outras regiões do corpo,” informou José David.
Quando perguntado sobre que tipo de lesões seriam essas, o médico respondeu que são parecidas com as da catapora.
A orientação do infectologista é para que qualquer paciente que chegou de viagem da Europa ou dos Estados Unidos, e tenha tido contato com pessoas com suspeita de contaminação, procure a assistência médica. “A pessoa passará por uma triagem para ver se preenche a definição de quadro suspeito. Em caso positivo, ela receberá orientações e será acompanhada,” enfatizou.
Alerta ligado
Urbaez Brito destacou que há mais de duas semanas, o Brasil já está com o “alerta ligado” para o aumento dos casos. “As vigilâncias epidemiológicas fizeram um roteiro para abordagem de surto. Já se tem os dispositivos para implantação de ferramentas de diagnósticos,” afirmou o infectologista.
Mesmo em meio ao caos, há ainda uma informação um pouco alentadora. “Felizmente, a expectativa é que, pelo modelo do vírus, a doença não deve acometer milhares de pessoas,” ressaltou José David.
Vacina
O questionamento a respeito da vacina contra a doença é bem comum. No Brasil, o imunizante parou de ser usado há décadas. Agora, com o surgimento dos novos casos, o assunto volta a ser levantado.
“Não se pode colocar novamente à disposição uma vacina sem termos os devidos protocolos de segurança. Da mesma forma que não tem como implementar uma medida de vacinação em massa a qualquer momento,” explicou Urbaez Brito.