O pastor Arilton Moura, suspeito de operar uma balcão de negócios no Ministério da Educação e na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), fez um telefonema depois de ter sido levado preso à sede da Polícia Federal (PF) no Pará.
Na ligação, afirmou que iria "destruir todo mundo" caso as investigações atingissem sua família.
Arilton, o também pastor Gilmar dos Santos e o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foram presos na manhã de quarta-feira (22). Na quinta-feira (23), no entanto, foram soltos por meio de ordem judicial.
Segundo o jornal O Globo, Moura pediu que sua equipe acalmasse a sua esposa.
“Eu preciso que você ligue para a minha esposa... acalme minha esposa... porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo!”, disse.
Os pastores Gilmar e Arilton são acusados de comandarem um gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC), com consentimento do então ministro Milton Ribeiro.
Em entrevistas e em áudio gravado por um prefeito, Milton Ribeiro diz ter aberto as portas do MEC aos pastores por ordem do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Os religiosos já frequentavam o Palácio do Planalto antes de Ribeiro assumir o ministério. O GSI chegou a impor sigilo sobre as visitas dos pastores ao Planalto, mas, diante da repercussão negativa, liberou a informação.
Os religiosos usariam influência para negociar a liberação de verbas do Fundo Nacional da Educação (FNDE), vinculado ao MEC, mediante pagamento de propinas, conforme denúncias feitas por prefeitos que estiveram com ambos em Brasília.
A Polícia Federal diz ter provas dos supostos crimes cometidos pelos pastores. O juiz que autorizou as prisões e as buscas e apreensões na operação deflagrada na manhã de quinta-feira afirmou haver fortes indícios contra os religiosos, Milton Ribeiro, que também é pastor, e outros dois acusados presos.
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