Novas caravanas com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegam em Brasília (DF), neste domingo (8), para manifestações contrárias ao resultado das eleições e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os grupos reforçam os que chegaram à capital federal no sábado (7).

A reportagem de O TEMPO flagrou o momento em que manifestantes de outros estados desembarcaram de um ônibus vindo de outro estado em frente ao QG do Exército, onde está montado o acampamento de apoiadores de Bolsonaro há mais de dois meses.

Em um mini-palco montade no meio do acampamento em frente ao QG, um organizador do ato anunciou que "mais de cinco mil ônibus chegarão em Brasília" até a noite deste domingo, mas não deu detalhes das origens das caravanas. 

A Esplanada dos Ministérios está completamente fechada para veículos e bloqueada para pedestres no trecho que dá acesso à Praça dos Três Poderes, que centraliza o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

A Polícia Militar do Distrito Federal e a Força Nacional de Segurança Pública atuam no segurança do local. A reportagem de O TEMPO também presenciou policiais fazendo revista em bolsas e mochilas de manifestantes em um dos acessos à Esplanada. 

Na manhã deste domingo, era pouco o volume de manifestantes em frente ao Congresso Nacional, mas o clima era de mais hostilidade. Os apoiadores de Bolsonaro defenderam que o acampamento, que acontece há mais de dois meses na área militar, fosse transferido para a Esplanada. “O QG agora é aqui”, gritaram em coro.

Uma faixa estendida no chão que pedia que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgasse o código-fonte fonte das urnas eletrônicas, em uma tentativa de afastar a possibilidade de fraude na vitória eleitoral de Lula. “Só mostrem que a gente está errado (sobre fraude nas urnas) e mostrem o código-fonte”, apelou um manifestante. Apesar do pedido, é praxe da Justiça Eleitoral - e foi realizado antes da última eleição - a abertura dos códigos-fonte da urna eletrônica e de todos os programas do sistema eletrônico de votação.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, voltou a pedir que os manifestantes façam atos pacíficos. Ele afirmou querer que a "lei prevaleça" e que "não haja crimes" ou "atos violentos" que exijam a atuação da polícia.

Dino declarou que a “'tomada do poder' pode ocorrer só em 2026, em nova eleição". A fala foi uma referência aos pedidos de "intervenção com Bolsonaro no poder" feito pelos manifestantes de forma recorrente em protesto ao governo Lula da Silva.

O ministro disse estar em Brasília para acompanhar os registros e avisou que já conversou com governadores. No sábado (7), Dino confirmou ter feito contato com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre a manifestação, além de ter emitido orientações ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, à Polícia Federal e à Polícia Rodoviária Federal.

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