A ministra Luislinda Valois desistiu de solicitar do governo o acúmulo do salário integral da atual função com a aposentadoria de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia, que poderia chegar a R$ 61 mil (valor que supera o teto do funcionalismo, de R$ 33,7 mil). As informações são do portal "G1", que cita nota enviada pela assessoria do Ministério dos Direitos Humanos.
A Ministra havia dito, ao "Estado de S.Paulo", que era seu direito receber o valor integral porque o cargo lhe exigia custos como se “vestir com dignidade” e “usar maquiagem”. Ela também havia comparado seu caso ao ao trabalho escravo. “Todo mundo sabe que quem trabalha sem receber é escravo”, disse.
Apesar de comparar seu contracheque de R$ 33,7 mil mensais à situação de trabalho escravo, a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, tem um série de direitos devido ao cargo que ocupa, como carro com motorista, jatinho da FAB, cartão corporativo e imóvel funcional.
Além desses benefícios, Luislinda também ganha diárias do governo federal. Só neste ano ela recebeu R$ 45.098. No ano passado, a ministra recebeu R$ 26.135 de julho, quando assumiu, a dezembro em diárias.
Em junho deste ano, além do salário de desembargadora aposentada no Tribunal de Justiça da Bahia, Luislinda recebeu ainda R$ 15 mil a mais relacionados a uma vantagem paga a servidores daquele Estado.
Após a divulgação do pedido, Luislinda concedeu entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” e, ao responder se mora em apartamento funcional, disse não utilizar o cartão corporativo do ministério.
“(Moro). Não tenho nenhuma cobertura do governo (com gastos do apartamento funcional) porque acho que é errado. O governo não tem que dar boa vida a ninguém, de maneira nenhuma. Não tenho nada, acho feio tudo isso. Nada contra quem tem, mas eu não tenho. Se o ministério tem cartão corporativo, eu nunca nem peguei. Sou muito radical nisso. A gente não precisa de muito dinheiro para viver. A gente precisa de paz”, afirmou.