Rio de Janeiro. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu ms terça-feira (13) que a aprovação da reforma da Previdência é difícil, mas disse que ainda acredita ser possível reunir os votos necessários para passá-la desde que haja engajamento de prefeitos e governadores que precisam da mudança nas regras devido às suas crises fiscais. Para Maia, só com a mudança nas regras previdenciárias cidades e Estados voltarão a ter fôlego para investir, gerar empregos e crescer nos próximos anos.
“As mudanças vão ajudar municípios e Estados que estão quebrados a voltar a investir. É importante que eles agreguem votos e a gente precisa que eles ajudem”, disse ele a jornalistas no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira.
O presidente da Câmara não comentou sobre quantos votos o governo contabiliza para pautar a reforma da Previdência na Câmara, mas destacou que ela só será levada a votação se houver a certeza de apoio suficientes. Ele reiterou que o prazo para votar o projeto na Casa é o fim deste mês, e que não há possibilidade de esse limite ser estendido. Na semana passada, ele afirmou que se o texto não for votado agora em fevereiro, deve ficar para o ano que vem, ponderando que uma eventual votação em novembro dependeria do presidente da República eleito.
Pressão. O presidente Michel Temer disse na segunda-feira (12), em Boa Vista (RR), que a reforma da Previdência, que está em tramitação no Congresso Nacional, é sua principal bandeira. Ele afirmou que a proposta não terá resultado para seu governo e visa impedir que haja uma grave crise nos Estados, com corte de aposentadorias e salários de servidores.
Segundo ele, as mudanças nas regras de aposentadoria são uma questão de Estado, e não de governo. Em seu discurso, Temer fez ainda questão de ressaltar que os milhares de venezuelanos que estão entrando no Brasil e recebendo carteiras de identidade provisórias não terão direito de votar nas eleições de outubro. Só terão, disse, caso se naturalizem como brasileiros.