SÃO PAULO. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou nessa terça a nota de da dívida da Argentina, de CCC+ para CCC-. A S&P também colocou a nota argentina em perspectiva negativa, sinalizando que podem ocorrer novos rebaixamentos.
A decisão ocorre um dia depois da decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos que, na última segunda-feira, recusou-se a ouvir o recurso da Argentina sobre a tentativa de evitar o pagamento de US$ 1,33 bilhão a credores de fundos de hedge, que são chamados especulativos.
A Bolsa de Buenos Aires teve uma queda de cerca de 10% logo na abertura nessa segunda e despencou novamente nessa terça.
“O governo da Argentina tem capacidade limitada de pagar os credores que entraram com a ação e, ao mesmo tempo, o serviço da dívida”, afirmou a Standard & Poor’s.
A agência de classificação de risco confirmou também o rating da dívida de curto prazo em moeda estrangeira em “C”. Pela classificação, a nota da Argentina já colocava a dívida do país entre as consideradas de alto risco de inadimplência e baixo interesse.
Reestruturação. A Argentina fez duas renegociações – em 2005 e 2010 – de 93% de sua dívida com os pagamentos suspensos desde 2001, com perdas de até 67% do capital para os donos dos títulos.
No caso que gerou questionamento na Justiça, os fundos especulativos, que o governo argentino chama de “fundos abutres” porque compraram a dívida já suspensa e buscaram na Justiça norte-americana a cobrança integral dos bônus.
A Argentina argumentou que uma decisão favorável aos fundos especulativos geraria um precedente capaz de afetar de forma negativa qualquer futura operação de reestruturação de dívida soberana com pagamento suspenso.
A presidente Cristina Kirchner afirmou que não irá dar calote na reestruturação da dívida. “Queremos honrá-la, mas não queremos ser cúmplices dessa forma de fazer negócios”, disse em discurso em cadeia nacional.
Itália
FMI. A Itália precisa urgente de reformas estruturais para se tornar um país mais dinâmico porque sua recuperação econômica continua frágil. É o que aponta o Fundo Monetário Internacional.
“Extorsão ou negociação”, diz Kirchner
SÃO PAULO. A presidente Cristina Kirchner disse ainda no discurso que é preciso definir o que é uma negociação e o que é extorsão. “É impossível para um país a destinação de 50% de suas reservas em um único pagamento para os credores”, disse ela, referindo-se à possibilidade de todos os credores pedirem o pagamento integral da dívida. Ela afirmou ainda que “a decisão é contrária aos interesses de 92% dos credores da dívida externa”, apontando os que aceitaram a renegociação das dívidas.