Depois de quase ir à falência, a Usiminas entra em um ciclo de consolidação dos resultados. A siderúrgica encerrou 2018 com um lucro líquido de R$ 829 milhões, um crescimento de 163% com relação ao ano anterior. O desempenho, divulgado nesta sexta-feira (15), reflete os melhores preços do aço no mercado e o crescimento de 4% no volume vendido.
Segundo o presidente da companhia, Sérgio Leite, o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 2,7 bilhões é o melhor em dez anos. “Em 2016, nosso foco era sobreviver porque foi um ano crítico. Em 2017, foi a fase de construção dos resultados. E 2018, de consolidação. Agora vamos entrar no ciclo da perenidade com foco na sustentabilidade”, afirmou em entrevista à reportagem.
O executivo afirma que mais de 70% do bom desempenho deve ser creditado ao trabalho da equipe na empresa. A siderúrgica chegou a uma situação tão crítica que, em 2012 e 2015, registrou prejuízos de R$ 4,26 bilhões somados. Várias pessoas chegaram a ser demitidas. Para piorar, a empresa ainda foi palco de disputas acionárias que também influenciaram nos resultados da época. De lá para cá, o grupo tenta equilibrar as contas com redução de custos, melhoria nos processos e aumento da produtividade.
Além do fim da briga acionária, com assinatura de novo acordo entre os acionistas, ainda pesou sobre o resultado da empresa uma pequena melhora na economia brasileira. O crescimento do mercado automotivo, que representa um terço dos negócios da Usiminas, foi uma das razões para o crescimento, segundo Leite. E os lucros se refletem em reconfiguração do quadro de funcionários, depois da demissão de várias pessoas. “Se compararmos com 2016, já geramos mais de 1.000 empregos”, afirma o executivo.