Bolsonaro acerta com Bivar, rompe com o PEN e vai concorrer à Presidência pelo PSL
Um dia depois do Aparte mostrar que interlocutores próximos ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) vinham atuando para impedir que ele se filiasse ao PEN/Patriota, o parlamentar anunciou, oficialmente, que migrará para o PSL.
Foram quase oito meses de negociação com o PEN/Patriota, mas, nessa sexta-feira (5), Bolsonaro se reuniu com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, em Recife, para concluir pendências e negociações a respeito de sua filiação. A informação não foi bem recebida pela cúpula do Patriota, que ainda tinha esperanças de lançá-lo como candidato.
Em conversa com o Aparte, o presidente nacional do Patriota, Adilson Barroso, confirmou que as chances de Bolsonaro migrar para o partido são baixas, mas que aguarda retorno do deputado até o anúncio oficial. “Ele assinou a papelada toda conosco. Se eu não posso confiar nisso, está danado. Como o Bolsonaro vai conseguir governar se ele não cumprir a palavra e assinatura que nos deu?”, questiona Barroso.
O dirigente partidário também afirma que Bolsonaro “estuprou” o PEN e, por isso, aguarda que ele ainda mude de ideia. “Depois de ter estuprado o PEN, o que espero dele agora é o casamento com o Patriota, a que ele deu o nome. Pelo contrário seria uma injustiça”, argumenta.
Apesar da fala polêmica, Barroso diz não estar decepcionado com o deputado federal. “Não estou, pois ainda tenho a esperança de que as portas de todos os partidos se fechem e ele volte para o Patriota, até porque ele já colocou cinco pessoas na executiva nacional e mudou todo o nosso estatuto”, disse.
A ida do deputado para o PSL também não significa que ele terá vida fácil no novo partido. Em entrevista ao site O Antagonista, o presidente do PSL-RS e fundador do movimento Livres (uma dissidência interna do partido que visa uma política integralmente liberal), Fábio Ostermann, afirmou que a negociação com o deputado rachou internamente a legenda.
“Fomos golpeados pela velha política. Bolsonaro é um populista, um caudilho de direita. Defende o intervencionismo estatal, está longe de ser um liberal”. Ainda segundo Ostermann, Luciano Bivar “rifou o partido em troca da posição de vice na chapa de Bolsonaro, que vai tirar dos diretórios regionais quem não seguir sua cartilha”.
Ainda na entrevista, Ostermann afirmou que se desfiliará do PSL na segunda-feira, assim como o empresário Sérgio Bivar, filho de Luciano Bivar, e também fundador do Livres. “Outras centenas de filiados farão o mesmo”, disse Ostermann.
Nessa sexta-feira (5), o Aparte tinha mostrado que interlocutores próximos de Bolsonaro estariam divulgando informações que prejudicavam a imagem do Patriota junto ao deputado. Um coordenador da Paraíba, por exemplo, foi flagrado divulgando a rivais políticos que Adilson Barroso possui ligações estreitas com a JBS, fato que poderia ser explorado para atrapalhar a candidatura de Bolsonaro ao Planalto e tirar de jogo a principal bandeira do parlamentar, a lisura da legenda. (Lucas Ragazzi)
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É quanto o Superior Tribunal de Justiça (STJ) estima gastar para comprar 24 carros de luxo. Os veículos vão substituir os automóveis Omega CD, com 14 anos de uso. Na justificativa, o STJ argumenta que a descontinuação do modelo dificulta a manutenção, que se torna demorada.
Disputa
Sem partido desde que foi expulsa do MDB, a senadora Kátia Abreu (TO) ironizou as discussões sobre a declaração de apoio do presidente Michel Temer a algum candidato à Presidência em 2018. Em mensagem publicada em sua conta no Twitter, Kátia disse que, com as especulações, o Planalto quer apenas “enganar trouxa para aprovar a reforma da Previdência”. “O governo propaga possível apoio para candidatos a presidente. Será que já perguntaram se alguém quer? Só se for doido. Com 3% de aprovação? Beira o ridículo. Cabo eleitoral mais odiado do Brasil. Enganar trouxa para aprovar a reforma da Previdência”, publicou.
PT chama acordo de ‘conluio’
Em nota divulgada nessa sexta-feira (5), o PT criticou o acordo de quase US$ 3 bilhões feito pela Petrobras nos Estados Unidos para ressarcir investidores estrangeiros por perdas com a corrupção na estatal. O partido acusa a operação Lava Jato de participar de um “conluio” com o governo e empresas norte-americanas para prejudicar a companhia. Segundo o texto, a operação que revelou um megaesquema de corrupção na estatal atua contra os interesses do país. “Parece que há um evidente conluio entre a operação Lava Jato e os interesses do governo norte-americano e de firmas estrangeiras, que querem se apossar das estratégicas reservas do pré-sal e privatizar nossa grande empresa”, alegam a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), e os líderes do governo na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Lindbergh Farias (RJ), autores da nota. No texto, não há autocrítica nem referência ao envolvimento de dirigentes indicados pelo PT, pelo PMDB e pelo PP nos desvios bilionários da Petrobras. Gleisi é ré em ação da Lava Jato, e Lindbergh, alvo de inquérito.
Porte de réplica pode virar crime
A posse ou porte ilegal de réplica de arma de fogo pode se tornar crime, com pena de até um ano. É o que determina o Projeto de Lei do Senado (PLS) 444/2017, do senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que está sendo examinado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). A proposta aguarda a definição de um relator no colegiado. O projeto altera o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) para estabelecer como crime a conduta de possuir ou portar ilegalmente simulacro (imitação) ou réplica de arma de fogo. A pena prevista é de detenção de seis meses a um ano, mais pagamento de multa. O texto também classifica como imitação as armas de pressão, do tipo airsoft ou paintball, que não detenham sinais identificadores capazes de distingui-las das armas de fogo. Na justificativa do texto, Raupp afirma que as réplicas de armas caíram no gosto dos delinquentes, que as utilizam para crimes patrimoniais. O senador argumenta que a posse da réplica causa transtornos às polícias militares e civis, pois o suspeito não pode ser conduzido às unidades de polícia, tampouco o objeto ser apreendido. Por isso a necessidade de mudar a lei.
Frase do dia
“Henrique Meirelles poderá ser como não ser (candidato à Presidência). E o partido não tem como candidatura própria plano B ou plano C, só plano A, que é o Meirelles.”
Gilberto Kassab
Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e presidente licenciado do e presidente licenciado do PSD