Como funciona o processo para criar um “robô”?
Ferramentas sociais, Facebook, Twitter e Google Pus, oferecem uma forma de se comunicar com eles que, tecnicamente, se chama API. Então um sistema pode criar e receber dados com API e a ferramenta social vai responder de alguma forma. Posso usar minha conta do Twitter e enviar mensagem de forma automática. Não é qualquer um que pode utilizar isso. Tem as autenticações, validação, se aquela pessoa tem como fazer esse tipo de ação.
E a segurança?
Não posso mandar mensagem com seu nome e sua conta porque tem segurança. Monto contas falsas e como sou dono dessas contas tenho utilização para usar comandos. Por exemplo, monto sistema que dispara mil mensagens por minuto em nome de dez pessoas. Você pode escolher mandar 100 mil mensagens. Nas campanhas políticas posso criar 200 perfis, 200 contas no Twitter e peço para cada conta disparar cinco mensagens por minuto.
Cada perfil fake tem algoritmo diferente?
Não. É o mesmo. Você pode criar várias funções. Posso criar algoritmo para xingar um político e falar bem de outro.
Quanto tempo demora para desenvolver esse tipo de serviço?
Só de envio de resposta demora de um a dois dias. Existem sistemas mais complexos por localidade que pode demorar mais.
Há como identificar esses “robôs” na internet?
O modo mais fácil é o bom senso. Consigo fazer sistema só mandar mensagens no horário comercial, enviar mensagens de bom dia, boa noite, sobre futebol, mensagens de cunho agressivo, misturando com frases evasivas para manter coerência e é difícil identificar. Os sistemas estão rigorosos, mas programadores vão se adaptando. É uma corrida de gato e rato.
Quais as vantagens e desvantagens?
Ninguém gosta de se sentir enganado. Qual problema do robô? Não é algo real, mas você tem o poder de que 300 mil contas repliquem para mais 100 mil uma mensagem. O poder de fogo da ferramenta é útil. Misturado com pessoas reais, influencia.
Qual o custo disso?
O custo depende do poder de fogo e equipe. Posso mesclar sistemas com pessoas reais, ter equipe de programação para interagir com perfis verdadeiros. O software gira em torno de R$ 4.000. O salário de um analista de mídia social para sustentar e criar perfis falsos está em torno de R$ 2 mil e você precisa de um coordenador, que tem salário de R$ 6.000 a R$ 7.000.