Belo Horizonte registrou, em média, um volume de 100 mm de chuva entre a tarde da última quarta-feira (25 de dezembro) e este sábado (28), o que colocou todas as nove regionais da capital mineira sob risco geológico alto pelo menos até o próximo dia 3 de janeiro, segundo a Defesa Civil municipal. Como reflexo da situação, três casas desabaram em um intervalo de quatro dias, deixando, até o momento, três pessoas mortas e pelo menos cinco feridos, além de várias outras desalojadas.
Neste sábado (28), três idosas morreram e uma quarta vítima é procurada após o desabamento de uma casa de dois andares no bairro Paraíso, na região Leste. As vítimas, que seriam da mesma família, incluem mãe e filha com idades aproximadas de 60 e 80 anos, além de uma terceira idosa, de cerca de 70, que não teve o grau de parentesco confirmado. Um possível sobrinho delas, de 36, ainda é procurado nos escombros.
Uma das outras duas casas que desabaram no curto período de tempo ficava no bairro Conjunto Paulo VI, na região Nordeste de Belo Horizonte. Lá, cinco pessoas - entre elas uma adolescente de 15 anos - ficaram soterradas na quarta-feira (25). Elas foram resgatadas com ferimentos.
Já na madrugada de sexta-feira (27), um novo desabamento de uma casa em construção ocorreu no bairro São Gabriel, também na região Nordeste. Nove moradores vizinhos ficaram ilhados nos arredores da propriedade, sendo uma família com cinco pessoas e dois casais. Elas foram retiradas do local horas depois e conseguiram sair por meio de buracos feitos entre os escombros.
Risco geológico até dia 3
Na noite da última sexta-feira (27), a Defesa Civil de BH anunciou que, depois de registrar cerca de 100 mm de chuva ao longo em 72 horas, todas as nove regionais de Belo Horizonte entraram em alerta para o risco geológico alto.
O aviso foi publicado justamente devido à previsão de novas chuvas ao longo do fim de semana, sendo que a população deveria, conforme o órgão, ficar atenta ao risco de desabamentos e deslizamentos de terra pelo menos até a próxima sexta-feira (3 de janeiro).
"Ainda temos previsão de chuvas para os próximos três dias, na média de 60 mm, por isso é muito importante que as pessoas observem sinais que indiquem riscos geológicos. Eles podem ser identificados a partir de trincas no terreno, inclinação de postes e árvores, abaulamentos (deformações) em estruturas de contenção", orienta o coronel Waldir Figueiredo, subsecretário de Proteção e Defesa Civil de BH.