Desde que chegou ao Brasil, em 20 de janeiro de 1959, o Fusca se tornou uma paixão entre os brasileiros. Hoje, 66 anos desde o começo da sua fabricação em solo nacional, apaixonados pelo veículo de aspecto arredondado, compacto e absolutamente charmoso se reúnem em encontros que celebram o ícone de quatro rodas. No Shopping do Avião, na tradicional Feira do Mineirinho, por exemplo, centenas de donos de Fuscas (e de outros carros antigos) se juntaram neste domingo (19) em uma grande festa para celebrar o veículo.
“Sempre, aos segundos domingos de cada mês, nos reunimos aqui, mas esta é uma edição especial, um dia diferenciado, em que celebramos o carro mais icônico do mundo, principalmente no Brasil”, disse o presidente do “Todos Aircooled MG e Antigos” (clube de carros), que promove o evento.
Aproximadamente 300 carros lotaram o estacionamento do quarto andar do mall, enquanto bandas de rock e barracas de comidas, bebidas e artesanato animaram ainda mais a festa.
“O Fusca foi criado em um momento ruim, nazista, criado para a guerra, mas depois ganhou apelo popular, virou o carro do povo. Chegou ao Brasil para desbravar nossas terras. Ainda hoje, existem milhões deles e a representativa dele é isso, de um veículo de mecânica simples, robusto, de valor agregado baixo, ou seja, um carro barato”, completou o presidente.
Dono de um Fusca há mais de 20 anos, Juliano Santos, de 48 anos, contou que a relação dele com o carro é maravilhosa e, apesar de vários pedidos de venda, ele garante que nunca vai se desfazer o carango.
“As pessoas pedem para ver, entrar, dar uma volta. Mas vender, não, nunca”, afirma.
Meninas Fusqueiras
Foi graças ao Fusca que um grupo de mais de 50 mulheres se formou e hoje compõem um dos maiores clubes de Fusca da capital mineira. O “VW de Meninas”, composto apenas por mulheres “fusqueiras”, que circula pelas ruas com veículos que foram batizados pelas suas donas, como explica a Sandra Aparecida Roque.
“Tem três anos que eu sou dona do Bola Oito, meu amado Fusca preto, 1973. Ele é apaixonante, charmoso, eu saio com ele e faço inúmeros amigos. Ele é uma lenda nacional e internacional”, afirma.
Para ela, ter um Fusca não é terapia, mas é terapêutico. “Eu recomendo: tenha um Fusca na sua vida”, indica.