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Acidente no Anel Rodoviário poderia ter sido 'uma nova tragédia', diz major

Dois acidentes no Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo nesta quinta-feira (16), feriado de Corpus Christi, envolveram nove veículos e um cavalo

Por Malú Damázio
Publicado em 16 de junho de 2022 | 15:27
 
 
 
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O Anel Rodoviário foi novamente palco de dois acidentes de trânsito nesta quinta-feira (16). Um atropelamento de um cavalo por um carro, que resultou na morte do animal e no capotamento de outro veículo, ocasionou um engavetamento envolvendo duas carretas e cinco automóveis.

As batidas ocorreram no bairro Caiçaras, na região Noroeste de Belo Horizonte, trecho da BR-381, no quilômetro 467. 

Dessa vez, nenhuma pessoa ficou ferida ou morreu, mas, para o comandante da 1ª Companhia de Polícia Militar Rodoviária (PMRv), major Frederico Roberto Prado, foi uma questão de sorte. “Alguns fatores contribuíram para não ter feridos ou mortos, mas poderia ter sido uma nova tragédia”, afirma. 

O responsável pelo policiamento no local se refere ao acidente da última sexta-feira (10), que deixou duas pessoas mortas e outras seis feridas, no Betânia, bairro da região Oeste da capital. Assim como o deste feriado, foi também um engavetamento. Veja vídeo

Em 2022, foram registrados 278 acidentes no Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo, segundo dados da PMRv compilados em 9 de junho.

Problemas e possíveis soluções

Estrutura antiga, trânsito intenso e acima da velocidade em descida acentuada, imprudência e desatenção de motoristas, falta de radares em alguns trechos, e pontos de retenção por estreitamento das pistas onde há viadutos são fatores que tornam o Anel um local perigoso, na visão do major. 

Ele vê o Rodoanel Metropolitano como uma importante solução para desviar o fluxo de veículos pesados e aumentar a segurança para quem trafega no local. Enquanto o projeto não sai do papel, Prado alerta que é preciso tomar outras medidas. 

“Talvez avaliar uma concessão específica para o Anel Rodoviário. Um processo que selecionasse uma empresa exclusiva para administrar a estrutura poderia auxiliar no atendimento do dia a dia, até o Rodoanel ficar pronto”, afirma. 

Atualizar a sinalização e implementar fiscalização eletrônica, além de fazer obras de melhoria onde há retenção também são ações de apoio ao trânsito seguro.

A prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se comprometeu a entregar, ainda no primeiro semestre, a construção de área de escape no Anel, na região conhecida como "descida do Betânia" para tentar reduzir os acidentes, frequentes naquele local.

Nesta quinta, o Governo de Minas Gerais também publicou lei oficializando a criação de rampas de escape também nas rodovias estaduais. A determinação entra em vigor em 2024.

Histórico

O Anel foi inaugurado em 1963 para desafogar o trânsito do Centro de Belo Horizonte. Ele é uma junção das BRs 262, 381 e 040, mas concentra tanto o fluxo de moradores da capital, que usam o equipamento para se deslocar mais rapidamente pela cidade, quanto de caminhões e outros veículos pesados, que passam pelas rodovias federais. 

“Em muitos casos, além das questões estruturais, o fator humano é preponderante para os acidentes. Muitas vezes, eles estão relacionados a velocidade acima do permitido, problemas de freio, manutenção preventiva, utilização de telefone celular enquanto dirige, uso do corredor para cortar trânsito, ultrapassagens perigosas. Tudo isso contribui para os problemas”, completa o comandante da 1ª CPMRv.

Entenda os acidentes no Anel Rodoviário Celso Mello Azevedo 

A primeira batida, que resultou na morte do cavalo, ocasionou o engavetamento, conforme o major Frederico Roberto Prado. Veja a cronologia:

  • Um motorista avistou um cavalo na marginal, no sentido Rio de Janeiro, na altura do bairro Dom Bosco. Ele não conseguiu frear e bateu no animal;
  • O cavalo, já caído na pista, foi atropelado e morto por outro carro que vinha atrás e foi surpreendido pelo acidente;
  • Com o impacto da batida, o automóvel capotou e foi parar no canteiro central da via;
  • A PMRv fechou a pista da esquerda para que o carro tombado fosse retirado, 
  • O local do acidente foi sinalizado, gerando lentidão no trânsito;
  • Quando o tráfego estava prestes a ser liberado, um caminhão com carga pesada que vinha em alta velocidade, pela faixa do meio, viu a retenção na rodovia e tentou trocar para a pista da direita, no bairro Caiçaras;
  • Nessa manobra, ele não conseguiu desviar de dois carros, batendo na lateral deles, e seguiu sem frear até alcançar outro caminhão;
  • Com o choque entre os caminhões, a carreta atingida rodou na pista e bateu no carro que estava na frente, causando um engavetamento de três automóveis.

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