Pandemia

Acusado de ‘abrir o comércio’, prefeito de Lagoa Santa diz que só colocou ordem

Rogério Avelar diz respeitar decisão do prefeito de BH, Alexandre Kalil, de proibir entrada de ônibus da cidade na capital, mas que não concorda

Por Thiago Nogueira
Publicado em 02 de abril de 2020 | 16:34
 
 
 
normal

O prefeito de Lagoa Santa, Rogério Avelar, disse, nesta quinta-feira (2), em entrevista à rádio Super 91,7 FM, que respeita a decisão do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, que vai proibir a entrada de ônibus de transporte coletivo vindos da cidade da região metropolitana para a capital a partir da próxima segunda-feira (6), mas que não concorda com a forma como a situação está sendo conduzida. “Respeito qualquer atitude que ele vai tomar, posso não concordar com a forma de condução”, alegou.

Para justificar o decreto, a Prefeitura de BH diz que a cidade vizinha não está acatando as orientações das autoridades da saúde para conter a pandemia do coronavírus. O prefeito Avelar, no entanto, contesta a informação e diz justamente o contrário. “Não está tendo aglomerações. Está absolutamente sob controle. Em outras cidades, o comércio está funcionando em meia porta, na clandestinidade, sem controle sanitário. Optamos pela transparência”, destacou.

O prefeito de Lagoa Santa explicou que a cidade vem adotando medidas ordenadas que mantêm o funcionamento da economia, sem deixar de cumprir as orientações dos órgãos de saúde. “Nós, na verdade, adotamos medidas extremamente restritivas. O que notamos é que os supermercados estavam parecendo véspera de Natal, aquele alvoroço. Vimos que, da forma como estava acontecendo, estava tudo errado. Fizemos algo restritivo que poucas cidades de Minas Gerais fizeram, ordenando o funcionamento, evitando que pessoas do (grupo de) alto risco circulem na cidade. Foi uma decisão corajosa quando restringimos a atividade econômica a partir de uma série de normas”, afirmou.

O ordenamento das atividades foi estipulado pelo Decreto 3.987, publicado em 28 de março. Qualquer atividade econômica pode funcionar, desde que siga as restrições impostas pela municipalidade, sem acúmulo de pessoas, com controle efetivo da entrada. Tem loja onde só duas pessoas podem entrar, guardada a distância mínima de 2 m, uso de álcool em gel e máscara, dependendo da atividade”, afirmou, ainda, Avelar.

Avelar disse que, ao contrário do prefeito Kalil, vai continuar adotando medidas serenas. “A autonomia de Belo Horizonte é do prefeito Alexandre Kalil. Respeito qualquer atitude que ele vai tomar, posso não concordar com a forma de condução. Quando vemos os ânimos exacerbados entre o governo federal e os estaduais, não vai acontecer com Lagoa Santa. Lagoa Santa vai dar o exemplo de ética, de diálogo, de seriedade. Não vamos fugir da nossa linha, de uma atitude responsável, convergindo ações para enfrentar a pandemia de forma serena e transparente”, ponderou.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!