Depois de tentar quatro vezes o
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sendo as últimas três pra valer, Emanuelle Severino Gontijo Boucinhas, de 20 anos, vê o sonho de cursar medicina na UFMG mais próximo. Isso porque ela tirou nota mil na redação. O
resultado do exame foi divulgado nessa quarta-feira (9).
Feliz com o reconhecimento, ela conta que a receita é disciplina e muita prática na escrita. Por isso, ela fazia até três redações por semana. Segundo Emanuelle, para conseguir "bagagem" para os textos, ela não deixava de acompanhar o noticiário, além de ficar ligada nas discussões das redes sociais.
"Uma coisa que me ajudava era organizar um caderninho dividido por eixos temáticos. Nele, eu escrevia citações, filmes, informações importantes, artigos da constituição, teorias de sociólogos e filósofos", conta a estudante.
Emmanuelle conta que estudava nove horas por dia. Ela também traçava metas, como estipular um número de exercícios para resolver. "Se eu me sentisse cansada, parava para repousar a tarde e compensava a noite, sempre respeitando meu horário de sono", revelou.
Estudo prejudicado durante a pandemia
Durante a pandemia, a estudante conta que não foi fácil manter a rotina, já que a mãe e familiares próximos tiveram quadros de saúde graves por causa da Covid-19. Abalada, não teve êxito no exame daquele ano. Ainda assim, ela se agarrou a sua maior qualidade: disciplina. "Motivação você nem sempre vai ter. Tem que ter disciplina", destaca ela que se adaptou bem às aulas online.
Emanuelle acrescenta que precisou domar emocional. "É difícil não se cobrar". Para relaxar, ela procurava estar com a família, conversar com amigos e maratonar séries. Para se motivar, ela relembrava o sonho. "Se você tem um sonho, ninguém vai fazer por você. Eu sou responsável pelos meus atos", revela o mantra que repetia.
Apoio da família é fundamental
Quando Emanuelle se enfiava no quarto, todos da família sabiam que não era hora de importuná-la. A mãe, Andreia Boucinhas, de 55 anos, descreve que procurava poupar a filha de qualquer coisa para que ela pudesse focar nos estudos.
Nos anos anteriores, quando a garota não obteve a nota suficiente, o incentivo da família foi fundamental. “Eles sempre acreditaram em mim. São meus maiores incentivadores e me deram acesso à educação”, disse.