EM CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO

Atingidos pelo mineroduto Minas-Rio protestam na MG-010 nesta segunda

Grupo pede reassentamento; rodovia ficou parcialmente bloqueada

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 08 de agosto de 2016 | 10:07
 
 
 
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Atingidos pelo mineroduto Minas-Rio protestam e fecharam a MG-010, na altura de Conceição do Mato Dentro, na região Central, na manhã desta segunda-feira (8). Eles pedem o reassentamento de algumas comunidades.

Segundo Larissa Vieira, assessora da comunidade, o grupo, formado por cerca de 60 pessoas, pede um representante da Anglo American no local. “As comunidades estão sem água, há muita poeira, barulho e tremores. Eles precisam do reassentamento. Disseram que vão ficar aqui até alguém da Anglo chegar”, disse.

O protesto aconteceu na altura do KM 190 e foi acompanhado pela Polícia Militar Rodoviária. A rodovia chegou a ficar parcialmente bloqueada. No fim da manhã, eles liberaram a via e fecharam a entrada da mina.

O ex-produtor rural Elias de Souza contou que precisa andar dois quilômetros para conseguir água, uma vez que as nascentes secaram por causa do projeto.

“Trabalhava com polvilho, farinha e mandioca, mas agora estou com problemas para conseguir trabalho. A Anglo fornece caminhões-pipa, mas eles não passam todos os dias para as 190 famílias”, disse o morador da comunidade Cabeceira do Turco. 

Resposta

Por meio de nota, a Anglo American informou que mantém o diálogo com as comunidades “com foco em minimizar os impactos de sua operação e trabalhar para uma convivência cada vez mais harmônica entre a empresa e a população vizinha à sua operação”.

Veja a nota na íntegra:

“A Anglo American informa que, na manhã do dia 8 de agosto, cerca de 50 pessoas das comunidades próximas ao Minas-Rio, em sua maioria de Água Quente e Jassém, em Conceição do Mato Dentro (MG), interditaram o Km 180 da MG-010. A via foi liberada por volta de 10h30, pela Polícia Militar de Minas Gerais.
 
Em relação às reivindicações dos manifestantes, a companhia afirma que mantém um diálogo aberto com as comunidades, com foco em minimizar os impactos de sua operação e trabalhar para uma convivência cada vez mais harmônica entre a empresa e a população vizinha à sua operação.

A Anglo American esclarece que realiza monitoramentos diários do sistema de abastecimento de água das comunidades para garantir que ele seja realizado no prazo adequado para atender à população. Além disso, foi planejada a instalação e manutenção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA) na comunidade de Água Quente, que pode resolver de maneira definitiva as deficiências do sistema atual. No entanto, mesmo após tentativas realizadas pela empresa, não houve autorização dos moradores para a implantação da estrutura.
 
Sobre a reivindicação de reassentamento, a Anglo American esclarece que a decisão é baseada em estudos ambientais que indicam a Área Diretamente Afetada (ADA), que corresponde à área sujeita a impactos diretos das fases de instalação e operação do empreendimento. Esse estudo é validado pelos órgãos ambientais e tais órgãos e a legislação não determinam a necessidade de realocação dessas comunidades”.

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Atualizada às 13h11

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