Janaúba

Bebê encontrado morto em hospital pode ter se afogado em vaso sanitário

É possível que a mãe estivesse sob estado puerperal no momento do parto; entenda o que isso significa

Por Lara Alves
Publicado em 14 de agosto de 2019 | 11:03
 
 
 
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Durante o trabalho de rotina no Hospital Regional de Janaúba, no Norte de Minas, uma faxineira se deparou com o corpo de um recém-nascido no fundo de um vaso sanitário, ainda na segunda-feira (12). Investigações preliminares apontam que a mãe, uma jovem de 20 anos, teria sido responsável pela morte. Ela foi presa em flagrante e encaminhada ao sistema prisional. 

A Polícia Civil atua com duas hipóteses para a morte: é possível que o feto de 7 meses tenha nascido sem vida ou, ainda, que tenha se afogado. Após pari-lo, a mulher deixou o corpo no banheiro e voltou para a sala de espera do atendimento médico. Apenas a perícia será capaz de apontar o que efetivamente aconteceu e relatar se a mãe estava ou não em estado puerperal. Esse é um momento do parto e do pós-parto em que a mulher sofre profundas alterações psíquicas e físicas, podendo perder a consciência de seus atos. 

A história teve início quando a jovem chegou ao hospital alegando sentir forte dores abdominais. Durante a espera pela consulta com um médico, ela foi até o banheiro e, logo que retornou, disse ter sofrido um sangramento. Ela contou apenas que estava no segundo mês de gestação. Nesse ínterim, a funcionária da unidade encontrou o feto no banheiro e o ocorrido levantou as suspeitas da equipe médica que, por sua vez, acionou a polícia. 

Com a chegada dos militares, a jovem manteve a versão dada e garantiu não ter visto que o corpo do recém-nascido havia saído dela e caído no vaso sanitário. No entanto, ao delegado responsável pelo caso, Renato Nunes, a mulher relatou saber que estava grávida e que, quando foi ao banheiro, entrou em trabalho de parto e, sim,  percebeu quando o bebê caiu na louça. Ela confessou ainda ter visto o recém-nascido de cabeça para baixo, submerso na água, se mexendo e não tentou retirá-lo de lá. 

Os investigadores trabalham com a hipótese da mulher ter deixado o bebê no local por se tratar de uma gravidez indesejada por ela, a qual ela escondia de sua família, como explica Nunes. "Em depoimento, ela garantiu que queria a gravidez, mas não contou nada sobre para a própria mãe e, mesmo no sétimo mês, não há registro de qualquer exame pré-natal, o que levantou as suspeitas", relatou o delegado.

Inquérito em andamento

Ainda são necessários resultados dos exames da perícia para concluir o inquérito e defini-lo como homicídio, aborto ou infanticídio. O terceiro caso ocorre quando se mata o filho durante o parto ou logo após, sob influência do estado puerperal, momento de forte turbulência psíquica para a mulher.

Diante disso, são realizados exames para comparação de DNA, para verificar se houve ingestão de abortivos, presença de metal que denuncia a existência do estado puerperal e perícia no pulmão do feto, para confirmar se a morte foi causada por afogamento na água do vaso. 

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