O novo projeto de concessão da BR-381 prevê a duplicação, com barreiras físicas entre as pistas, de 131,6 km no trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, em um prazo de sete anos. As primeiras obras de duplicação deverão ficar prontas no terceiro ano após a assinatura do contrato, conforme previsto no cronograma inicial. Já a cobrança de pedágio pode ser iniciada no segundo ano após a assinatura do contrato.
Segundo documentos disponíveis para consulta pública, os primeiros trechos duplicados, entregues no terceiro ano de concessão, serão 12,96 km entre os marcadores 314,2 e 327,16, próximo à cidade de Jaguaraçu de Minas, e outros 9,19 km na altura do km 331 da via, próximo à Nova Era.
Segundo a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), no primeiro e segundo anos da concessão serão realizados os trabalhos iniciais com foco na eliminação de problemas que representem riscos e desconforto aos usuários, como a recomposição da sinalização na via. Os investimentos mais significativos serão realizados até o oitavo ano de concessão. Nos demais períodos, as intervenções passarão a ser mais pontuais, como foco em manutenção da via. A concessão terá validade de 30 anos.
Engenheiro civil e mestre na área de transportes, Silvestre de Andrade Puty Filho acredita que a decisão de conceder a rodovia à iniciativa privada foi acertada, após anos sem que a duplicação saísse efetivamente do papel sob o domínio da administração pública. “Esse modelo (concessão) já é consolidado no Brasil. Temos assistido recentemente à renovação de concessões vencidas após 20, 25 anos, como o caso da Dutra, em São Paulo. Ao repassar à iniciativa privada, temos a garantia de que vamos, finalmente, ter a rodovia duplicada e em condições melhores de segurança. Isso pois, além das obras, também haverão melhorias na sinalização e todos os demais cuidados que vem junto de uma concessão, como o atendimento médico e mecânico ao usuário, a manutenção das condições de toda a via, coisas que fazem com que os acidentes sejam mais raros”, disse.
Questionado sobre o fato de a empresa poder cobrar pedágio após dois anos da concessão sendo que o primeiro trecho da duplicação está previsto para ser entregue em três anos, o especialista defende que isso é justo, já que, em cerca de um ano, os motoristas já encontrarão condições bem melhores na rodovia.
“Em dois anos já é possível recuperar a sinalização e oferecer os atendimentos aos usuários, por exemplo. As obras ainda estarão em andamento, mas sabemos que antes da cobrança os motoristas já verão muitas diferenças na rodovia”, completa Filho.