Baguari

Caixão sem corpo e pedidos de oração são deixados em cemitério de MG após ritual

História bizarra aconteceu no cemitério de Baguari, um distrito de Governador Valadares; comentários nas redes sociais apontam que ação foi feita por igreja evangélica

Por Lara Alves
Publicado em 28 de julho de 2020 | 13:11
 
 
 
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Vozes, barulhos estranhos e movimentação atípica de carros em plena madrugada causaram estranhamento na população de Baguari, distrito de Governador Valadares no Rio Doce, que mora nas proximidades do único cemitério ali existente. Apesar do susto, ninguém se levantou àquela hora e na manhã seguinte o cenário encontrado era ainda mais bizarro que qualquer um poderia imaginar. Através de um buraco no muro do cemitério, moradores do entorno descobriram um caixão recém-enterrado em uma cova na superfície, copos plásticos e pedaços de tecido.

A história inusitada aconteceu no último sábado (25) e famílias residentes em Baguari decidiram acionar a Polícia Militar. Um perito da Polícia Civil de Minas Gerais também compareceu ao cemitério e constatou que não havia corpo no caixão, mas apenas papéis com pedidos de orações e anúncios de um igreja evangélica que fica em Governador Valadares. Questionada nesta terça-feira (28), a PCMG declarou através de nota que um procedimento será instaurado para apurar um eventual dano provocado no patrimônio.

Comentários nas redes sociais apontam que a ação seria fruto de um ritual feito pelo pastor e pelos fiéis que integram esta igreja – aliás, circulam pela internet vídeos em que este pastor em questão anuncia um ritual de “libertação” para “enterrar tudo o que não presta” no cemitério do distrito. Há ainda uma outra gravação em que o pastor aparece supostamente na madrugada do ritual já no cemitério acompanhado por um grupo grande composto por pelo menos uma dezena de fiéis que trajam roupas brancas.

Estas imagens mostram um homem cavando uma espécie de sepultura para enterrar o caixão levado pela igreja e ainda um grupo de pessoas rezando. A Polícia Civil não confirma. A reportagem de O TEMPO procurou o pastor que supostamente aparece nas imagens e a igreja que por ele é citada no vídeo, mas ainda não há retorno.

Susto e preocupação

A Polícia Militar foi acionada por um morador vizinho do cemitério na tarde de sábado (25). Ele relatou aos militares que no começo da madrugada escutou barulhos saídos do cemitério e também ouviu vozes conversando e rezando. Logo na manhã seguinte, espiou por um buraco no muro do espaço e percebeu que ali havia um caixão e que a terra estava remexida.

Uma outra testemunha declarou que viu um grupo enorme de pessoas se aproximando do cemitério durante a madrugada pela parte de trás do espaço. De acordo com esse morador, parte do grupo entrou no cemitério pulando um muro que está quebrado, enquanto a outra parte permaneceu do lado de fora. Ele contou que as pessoas disseram algumas palavras ali, permaneceram por determinado tempo próximas às sepulturas e depois foram embora em vários carros.

Segundo o registro policial, o caixão é, na verdade, uma urna de madeira que continha pedidos de oração, anúncios de uma igreja e objetos como copos plásticos e pedaços de tecido. Aparentemente, houve violação de uma sepultura para que a urna de madeira fosse semi-enterrada. Ninguém foi detido.

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