Saúde

Com foco na poliomielite, BH tem campanha de multivacinação neste sábado (17)

Prefeitura espera melhorar os índices de cobertura vacinal de crianças de 1 a 4 anos, que estão abaixo do ideal; ações vão até dia 30 de outubro

Por Bruno Mateus
Publicado em 17 de outubro de 2020 | 15:39
 
 
 
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Melhorar os indicadores de cobertura vacinal de crianças de 1 a 4 anos e atualizar a caderneta de vacinação de adolescentes até 14 anos. Com esses dois objetivos, a Prefeitura de Belo Horizonte e a Secretaria Municipal de Saúde promovem, desde as 7h deste sábado (17), o Dia D da Campanha Nacional de Multivacinação. Os centros de saúde da capital recebem a população até as 17h. Em Belo Horizonte, os indicadores de cobertura vacinal para crianças de até 1 anos são bons, mas na faixa etária de 1 a 4 anos a situação é um pouco diferente. No caso da poliomielite, por exemplo, 76% das crianças estão imunizadas, mas o número ideal é de 95%, por isso o foco especial na doença.

Segundo a diretora de Promoção à Saúde e Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde, Lúcia Paixão, o reforço da campanha neste sábado é o combate à poliomielite, que causa paralisia infantil. “É uma doença grave, que foi erradicada no Brasil nos anos 90, mas com a baixa cobertura temos um risco da reintrodução dessa doença, cujo potencial de gravidade é grande”, afirma.

Segundo a especialista, o objetivo do Dia D é vacinar crianças de 1 a 4 anos de forma indiscriminada: mesmo que o cartão de vacinação esteja completo, é importante que elas sejam imunizadas. “Quando você tem boas coberturas, a sociedade também está protegida. A campanha atende a saúde coletiva”, pondera.

Em relação à poliomielite, a expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é que 109 mil crianças de 1 a 4 anos sejam imunizadas durante a campanha, que termina no dia 30 de outubro. Até agora, cerca de 20 mil crianças já foram vacinadas.

O índice da cobertura vacinal aquém do ideal em BH também pode estar relacionado à pandemia do novo coronavírus, que, com o isolamento, reduziu o número de pessoas nas ruas e de consultas pediátricas. “A pandemia prejudicou, não tenho dúvidas, em especial no início dela, mas acho que agora as pessoas têm que entender a importância de colocar a vacinação em dia e proteger as crianças”, destaca.

Embora o foco seja nas crianças de 1 a 4 anos e nos adolescentes de até 14 anos, a campanha também atende adultos que queiram ficar imunes a doenças como caxumba, tétano e sarampo. Ao todo, a campanha oferece vacinas contra 18 doenças, entre elas: catapora, febre amarela, meningite, caxumba, hepatite e HPV. “Nossa orientação é: se chegar um adulto ao centro de saúde, que ele também receba a vacina”, finaliza Lúcia Paixão.

População reforça importância da vacinação infantil

A tarefa da manhã de sábado do psicólogo Hudson Lopes já estava agendada: levar o pequeno Ítalo, de 9 meses, ao Centro de Saúde Carlos Chagas, na região Centro-Sul, para tomar vacina contra a febre amarela e a poliomielite. Acompanhado da esposa Juliana, ele ponderou que, mesmo em quarentena, o Dia D de Vacinação deve ter adesão total dos pais. "Infelizmente, estamos em meio a uma pandemia, mas as enfermidades não têm dia para chegar. Com os devidos cuidados, trouxemos o Ítalo para que, no futuro, ele não tenha risco de ter uma doença mais séria", afirma.

A servidora pública Elen Santos acompanhou o filho Pedro Vale, 13, ao centro de saúde, para tomar vacina contra o HPV, doença sexualmente transmissível. Segundo ela, além de prevenir contra possíveis epidemias no futuro, a campanha também é um momento de defender o Sistema Único de Saúde (SUS).

"A vacinação é disponível para toda a população, independentemente da classe social. É importante a prefeitura bater na tecla da vacinação e criar campanhas nesse sentido. Está tudo organizado, tem o distanciamento social necessário, todos de máscara", diz.

O adolescente Pedro Vale acrescenta que, em se tratando de uma doença sexualmente transmissível, o diálogo com os pais e o pensamento coletivo são fundamental: “É importante me vacinar contra o HPV, porque também estou prevenindo outras pessoas de pegar doenças no futuro”.

A pequena Alice, 4, foi mais uma criança em BH a tomar as gotinhas contra a poliomielite. A mãe, Fernanda Cunha, avalia que campanhas de vacinação promovidas pela prefeitura sempre surtem um efeito extremamente positivo no sentido de conscientizar a população para o bem estar coletivo.

“Sempre procurei levar a Alice para vacinar nas datas corretas, nunca atrasei nenhuma vacina. O legal da campanha é trazer esse senso de responsabilidade para as famílias.

 

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