O Conselho Municipal de Educação (CME) da capital mineira elaborou um documento para orientar a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) sobre o retorno das aulas presenciais. Uma reunião do comitê de enfrentamento à Covid-19 da PBH vai discutir o assunto nesta quarta-feira (24).
O documento vem sendo construído desde o ano passado e foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) desta quarta-feira.
As diretrizes abrangem normas sanitárias, questões sociais e pedagógicas para acolher os alunos, que estão longe das salas de aula desde março do ano passado. As orientações valem tanto para a rede municipal pública quanto para a privada. A PBH pode optar por seguir ou não as normas do conselho.
O documento sugere a inclusão de temas relacionados à Covid-19 na grade curricular, para informar os estudantes sobre a pandemia.
"É um documento que trata desse planejamento. A gente coloca algumas questões que são importantes como o mapeamento socioeducacionais da comunidade escolar, o levantamento dos alunos e professores que não poderão voltar por serem do grupo de risco, a continuidade do ensino remoto, as adequações físicas a necessidade de ofertar os equipamentos de proteção individual", disse a presidente do CME, Bernadete Quirino.
Diagnóstico.
O CME sugere que as escolas façam avaliações e revisões dos conteúdos pedagógicos trabalhados antes e depois das aulas presenciais. Os estudantes que apresentarem maior defasagem devem ser submetidos a aulas de reforço.
Acolhimento
O documento pede que as instituições de ensino promovam ações de escuta dos alunos e profissionais da educação para troca de experiências e sentimentos sobre o período da pandemia.
Calendário escolar
Como neste ano serão contemplados dois anos letivos, totalizando 1.600 horas/aula, o conselho orienta as escolas a planejar minuciosamente a continuidade dos anos ou séries consecutivas, buscando cumprir os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, relativos aos anos letivos de 2020 e 2021.
Para que essa carga horária seja cumprida, o conselho prevê que as escolas devem dar alternativas concretas para que todos os alunos tenham acesso às aulas online, uma vez que será preciso fazer rodízio dos alunos que estarão presencialmente nas salas de aula. Neste ponto, a escola deverá orientar as famílias quanto ao uso dos equipamentos eletrônicos e fazer levantamento das condições desses aparelhos.
Para os alunos que não têm pleno acesso ao meio digital, a escola deverá planejar a entrega de materiais didáticos impresso.
Educação infantil
O texto trata da educação infantil de maneira especial e lembra que esta "é a única etapa da Educação Básica que, se a criança for privada de seu acesso na idade própria, não terá a possibilidade de vivenciar seu direito a essa etapa educacional posteriormente".
Para as crianças, o CME orienta que as escolas adaptem as brincadeiras às normas sanitárias e que as atividades online busquem reforçar o vínculo entre os alunos e suas famílias.