A pandemia de coronavírus reduziu em 90% a circulação mensal de passageiros no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte — a previsão para abril era de 1 milhão de viajantes, mas foram mil, no total. Os voos diários, que somavam 350 antes da crise, agora são apenas 30, nenhum deles internacional.
O terminal internacional do aeroporto de Confins está fechado, assim como o terminal 2, por falta de demanda. Segundo Nicolau Maranini, gerente de comunicação e marketing da BH AirPort, as companhias aéreas devem retomar voos nacionais em junho, enquanto os voos internacionais só têm chance de voltar a acontecer a partir de agosto deste ano. “Até lá, não vamos ter voos para Argentina, para a Europa, Estados Unidos ou Panamá”, diz, citando os destinos no exterior que eram oferecidos rotineiramente no aeroporto.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump sugeriu, inclusive, restringir voos com saída do Brasil devido aos casos de coronavírus na América Latina — ao mesmo tempo, os Estados Unidos continuam na dianteira do número de mortes mundiais por Covid-19. Nesta semana, a Argentina suspendeu a venda de voos nacionais e internacionais até o dia 1º de setembro.
Antes do estopim da pandemia, o aeroporto de Confins estava prestes a inaugurar um voo para Santiago, no Chile, com uma companhia aérea que opera viagens de baixo custo, parte do mercado chamado de “low-cost”. O projeto foi adiado para 2021 — isso, nas palavras de Maranini, se as empresas do tipo resistirem à crise: “O grande problema dessas companhias de baixo custo é se, realmente, vão sobreviver a essa crise internacional da aviação. Ao que tudo indica, o setor aéreo deve ser o último a ter uma retomada das operações”.
Em meio à crise, Confins credencia-se como aeroporto industrial
Nem só com perdas o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte está passando pela crise. No início deste mês, a Receita Federal o credenciou como o primeiro aeroporto industrial do Brasil, o que facilita para empresas os processos de exportação com a receita.