Balanço

Coronavírus: Minas tem 15 mortes e 56,8 mil casos suspeitos de Covid-19

Com isso, o Estado tem 41 novos casos confirmados, mais uma morte e 5.167 novas suspeitas de contaminação do vírus a mais em relação ao último boletim epidemiológico

Por Lucas Negrisoli
Publicado em 09 de abril de 2020 | 12:15
 
 
 
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Em Minas Gerais, há 655 casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus, e outros 56.807 são investigados pelas entidades de saúde no Estado por suspeita de contaminação pela Covid-19. 

Há 15 mortes por coronavírus confirmadas por complicações da Covid-19 em Minas, segundo informe epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) desta quinta-feira.

O número de óbitos em investigação aumentou, após três dias seguidos de diminuição, indo a 117, ante 97 suspeitos nessa quarta, quando havia havia 100 registros de mortes estudadas pela SES.

Foram descartados 121 falecimentos suspeitos de relação com o coronavírus no Estado, segundo a pasta.

Resumo do informe da SES desta quinta-feira (9):

  • 655 casos confirmados de coronavírus em Minas
  • 56.807 casos suspeitos no Estado
  • 15 mortes causadas pela Covid-19
  • 305 infecções confirmadas em Belo Horizonte

 

Com isso, o Estado tem 41 novos casos confirmados, mais uma morte e 5.167 novas suspeitas de contaminação do vírus a mais do que tinha no último informe da pasta.

A maioria dos casos de coronavírus em Minas é em Belo Horizonte, onde há 304 pessoas com diagnóstico positivo para a doença, o que representa 46,4% das notificações.

Juiz de Fora tem 50 confirmações e é a segunda cidade com mais infectados no Estado. Em seguida, há Nova Lima e Uberlândia, ambas com 38.

Nesta semana, foram confirmadas quatro novas mortes na capital causadas pela Covid-19. Nessa segunda (6), uma mulher de 60 anos, moradora de Belo Horizonte, faleceu em Nova Lima por complicações da doença. 

Também foi informado pela SES nesta terça (7) que uma idosa de 93 anos foi a óbito em BH na última quinta (2), e teve diagnóstico positivo para coronavírus. 

Houve ainda a morte de um idoso de 82 anos, anunciada na última segunda-feira, cuja identidade não foi confirmada pela SES. Ele começou a apresentar sintomas no último dia 24 e possuía histórico de hipertensão e hipotireoidismo. A vítima foi internada no 30 de março e faleceu no último domingo (5).

A outra morte, informada na última terça pela SES, é de uma mulher, de 60 anos, que fazia tratamento de câncer, e faleceu na manhã de terça. Não há mais detalhes sobre a ocorrência.

Na capital, acumulam-se cinco óbitos causados pelo coronavírus oficialmente. Na segunda, havia 260 habitantes da capital com a doença, percentual que representava 52% das ocorrências no Estado. Entre segunda e terça, foram confirmadas dez novas pessoas com a doença na capital. Ainda, uma morte foi confirmada em Varginha, no Sul de Minas, de um homem que tinha 59 anos. 

No boletim anterior, dessa quarta, havia 614 casos confirmados de coronavírus em Minas, 51.640 suspeitas e 14 mortes. Número de casos investigados pelos órgãos de saúde em Minas cresceu em 1.937 no período.

O informe de casos confirmados desta quarta-feira representa aumento de aproximadamente 6,6% em relação ao divulgado no dia anterior. Patamar, apesar de parecido, é maior do que aquele encontrado entre segunda e terça, de 6,4%. Entre domingo e segunda, foi de 5,4%. Percentuais estão abaixo da projeção de crescimento de até 33% por dia balizada pelo Ministério da Saúde.

Recorde de casos
O aumento absoluto no número de casos entre sábado e domingo foi o maior desde que a SES começou a divulgar os boletins epidemiológicos para coronavírus, com 68 confirmações. Antes, o recorde havia ocorrido entre quarta e quinta da semana passada, quando houve 56 novos diagnósticos positivos no Estado.

Avanço da doença no interior
Segundo fontes da SES, o número de confirmações de coronavírus no interior do Estado está crescendo, e cada dia mais exames registram diagnóstico positivo para pessoas em regiões distantes da capital.

Entre as cidades com casos confirmados nos últimos dois dias estão Botelhos, Machado, Jeceaba, Janaúba, Divinésia, Guaranésia e Ubá. A suspeita, segundo relatado à reportagem, é que novos casos podem ter relação com o Estado de São Paulo.

Morre professor da Universidade Federal de Juiz de Fora
A nova morte confirmada pela SES nesta quinta-feira foi a do professor de engenharia José Luiz Rezende Pereira da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que morreu na madrugada desta quarta-feira (8) em decorrência da Covid-19. 

A informação havia sido confirmada pela universidade na qual Pereira foi vice-reitor entre 2006 e 2014. Sem citar o nome dele, a Secretaria Municipal de Saúde confirmara o óbito de um homem de 71 anos por Covid-19. A SES recebeu o atestado de óbito dele, com diagnóstico positivo para coronavírus. Contudo, a morte ainda havia sido contabilizado no balanço oficial da secretaria dessa quarta-feira, mas foi incluído no informe desta quinta.

Mortes fora de Belo Horizonte
As cinco mortes mais recentes confirmadas por coronavírus no Estado são em Montes Claros, no Norte de Minas, Ouro Fino, Varginha e Pouso Alegre, ambas na região Sul.

Anunciada nesta terça-feira pela SES, um homem de 59 anos morreu em decorrência da Covid-19 em Varginha. 

Na segunda-feira, foi informado pela Prefeitura de Pouso Alegre a morte do paciente José Raimundo Tadini, de 78 anos, que tinha problemas pulmonares prévios e estava internado havia dez dias no hospital Samuel Libânio, só constou nesta terça no boletim epidemiológico da SES. A vítima morava no bairro Costa Rios, e corpo dele foi sepultado na manhã dessa segunda-feira (6), sem velório.

A vítima de Montes Claros é Cláudio Manoel Ricardo, de 69 anos, que estava internado em um pronto-atendimento da cidade. O óbito aconteceu na quinta-feira (2) à noite, segundo a secretária de Saúde do município, Dulce Pimenta.O prefeito afirmou que ele havia vindo de São Paulo apresentando sintomas da doença e procurou um posto de saúde.

Em Ouro Fino, não foram divulgados detalhes sobre o óbito. A prefeitura do município apenas confirmou que as amostras de um paciente morto com sintomas semelhantes aos provocados pelo coronavírus tiveram teste positivo para a infecção na noite desse domingo (5).

A primeira pessoa a morrer no Estado em decorrência do coronavírus foi uma idosa de 82 anos, que morava em Belo Horizonte, mas estava internada em um hospital de Nova Lima, região metropolitana da capital. O segundo foi um homem de 66 anos, também belo-horizontino. Ambos tinham histórico de problemas cardíacos e diabetes mellitus.

Contudo, nem todos os casos registrados de morte por coronavírus estão dentro do grupo de risco. A terceira vítima da Covid-19 em Minas, um homem de 44 anos que morava em Mariana, região Central do Estado, não apresenta, até agora, sinais de que tinha comorbidades anteriores ao vírus.

Segundo a SES, dois óbitos estão fora da faixa considerada como grupo de risco (entre 20 e 59 anos), e dois estão acima dos 80 anos. A pasta informa que as mortes no Estado são de pessoas que moravam em Belo Horizonte, Contagem, Juiz de Fora, Mariana e São Gonçalo do Rio Preto, sem mais detalhes divulgados.

Na última quinta-feira, a Prefeitura de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, também confirmou duas mortes na cidade. As vítimas são uma mulher de 61 anos e um idoso de 80, que morreu na segunda-feira (30).A paciente de 61 anos, segundo esclareceu a Prefeitura de Uberlândia, permaneceu internada no Hospital Municipal da cidade até a morte.

A Fundação Ezequiel Dias (Funed) e um laboratório particular receberam as amostras da senhora, e tanto a prova quanto a contraprova testaram positivo para o coronavírus. O óbito do octogenário foi confirmado pelo mesmo laboratório particular.

Casos "importados"
O município de Cambuí, na região Sul de Minas Gerais, confirmou no último domingo (5) o aparecimento dos primeiros cinco casos confirmados de coronavírus na cidade.
Em comum, dois fatores: todos os cinco registros são de pessoas da mesma família, segundo a prefeitura, e todas elas viajaram recentemente para o Estado de São Paulo, região do Brasil onde há a maior concentração no número de casos e óbitos confirmados para a Covid-19.

O deslocamento de mineiros para São Paulo e o retorno acompanhado do surgimento dos primeiros sintomas podem se tornar um problema para o governo de Minas Gerais.

Aliás, a primeira morte registrada em Montes Claros, no Norte de Minas, também tem relação com o Estado vizinho, uma vez que se trata de um paciente de 69 anos com histórico de viagem a São Paulo. O único caso confirmado em Ubá, na Zona da Mata, também é “importado”.

Trata-se de uma mulher que, apesar de já ter recebido alta médica, percebeu o aparecimento dos primeiros sintomas da infecção após retornar de uma viagem para o Rio de Janeiro. Não se sabe quantos casos mais, dos 525 registrados no Estado, repetem esse quadro.

A reportagem de O TEMPO questionou o governo de Minas Gerais se alguma medida já está sendo adotada para evitar que os mineiros embarquem para essas regiões onde há elevado número de casos neste momento, considerado crítico da pandemia no Brasil.

Outra pergunta é se haverá fiscalização nas estradas e nos limites de municípios mineiros com os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, ou se carros e ônibus continuarão trafegando normalmente por essas regiões.

Por meio da Secretaria de Governo (Segov), o Estado declarou que as divisas municipais em Minas Gerais estão fechadas para a saída de ônibus de passageiros. Quanto às viagens interestaduais, o governo declarou que os ônibus com destino a outros Estados não saem das rodoviárias.

Contudo, as estradas permanecem abertas, como esclareceu a secretaria em nota: "O Estado orientou a todos os municípios que não fechem as rodovias, elas são de fundamental importância para o escoamento da produção, especialmente de alimentos. O governo também recomenda que seja mantida aberta toda a estrutura para a circulação dos caminhoneiros nas estradas"

Especialistas recomendam isolamento

Para especialistas, as medidas de isolamento social adotadas neste primeiro mês de disseminação do coronavírus em Minas foram cruciais para que os números do Estado não fossem tão altos quanto os registrados em outras unidades da federação, como os vizinhos São Paulo e Rio de Janeiro, que, juntos, contabilizam 460 mortos. No entanto, outras ações ainda são importantes, como a melhora no fluxo de diagnóstico dos casos.
Leia aqui a reportagem de O TEMPO com as opiniões de especialistas. 

Lojas não essenciais fechadas em Belo Horizonte

Foi publicado nessa quarta-feira (8)  em edição extra do Diário Oficial do Município (DOM) de Belo Horizonte, o Decreto 17.328, assinado pelo prefeito da cidade, Alexandre Kalil (PSD), que determina o fechamento, a partir desta quinta-feira, 9, por prazo indeterminado, de todos os estabelecimentos considerados não essenciais da cidade.
 
O documento suspende todos os Alvarás de Localização e Funcionamento (ALF) e autorizações concedidos pela prefeitura. Mais cedo, Kalil afirmou, em suas redes sociais, que “quem não está entre os serviços essenciais não deve ir trabalhar”.

 

Podcast conta como Belo Horizonte enfrentou a gripe espanhola

 

(Com Lara Alves, Gabriel Moraes, Rafaela Mansur, Jéssica Almeida e Natália Oliveira)

 

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