Na contramão de Belo Horizonte, que estuda enrijecer as medidas para a manutenção do isolamento social, o município de Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais, já adota estratégias para afrouxar as determinações publicadas no decreto de situação de emergência em função da pandemia do novo coronavírus. Existem dois casos confirmados da Covid-19 na cidade e outros 271 suspeitos.

A partir desta quarta-feira (1º), o comércio da região poderá reabrir as portas. Entre os estabelecimentos permitidos com a flexibilização estão agências bancárias, restaurantes, salões de beleza, clínicas de estética, lavanderias, escritórios e pet shops. 

Em novo decreto publicado nessa terça-feira (31), o prefeito Duílio de Castro Faria (Patriota) mudou o texto do decreto de emergência de 19 de março para determinar a reabertura do comércio na cidade. Ele estende o conceito de "serviços essenciais". A primeira publicação permitia o funcionamento apenas de estabelecimentos como farmácias e supermercados. Agora, outros tipos de comércio estão autorizados a abrir as portas – ao todo, são 24 diferentes tipos. 

Apesar disso, há algumas regras para o atendimento dos clientes. Clínicas de estética, salões de beleza, barbearias e escritórios em geral – de contabilidade e advocacia, por exemplo – só poderão atender uma pessoa por vez no mesmo ambiente, mediante agendamento prévio. Os velórios e as funerárias estão restritos a dez pessoas, no máximo. Os restaurantes que poderão abrir, por sua vez, são apenas os localizados à beira de rodovias e pontos de parada. 

As lojas e empresas cuja abertura está permitida também precisam adotar medidas para a contenção do coronavírus. Entre elas estão a intensificação nas ações de limpeza, a distribuição de equipamentos de proteção individual para os funcionários e a disponibilização de produtos para higienização – como álcool em gel – para clientes e trabalhadores. Quem descumprir essas determinações pode perder o alvará por até 90 dias. 

Outra mudança publicada nessa terça é a prorrogação do estado de emergência, que, agora, vai perdurar até 14 de abril, pelo menos. Essas duas alterações no decreto partiram de uma avaliação do comitê gestor sobre a situação do novo coronavírus em Sete Lagoas, como escreveu o prefeito. "Necessária a readequação e prorrogação das medidas estabelecidas de prevenção, controle e contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, a fim de conter a disseminação da doença no município", pontua no texto do decreto. 

Sete Lagoas está entre as cidades de Minas Gerais com pacientes infectados pelo coronavírus, tendo registrado dois casos positivos. Duas pessoas diagnosticadas com a Covid-19 já morreram no Estado. Há 275 casos confirmados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e outros 34.224 pacientes apresentaram sintomas semelhantes aos da doença. Quarenta mortes são investigadas para o coronavírus em Minas Gerais.