Uma criança de cinco anos foi esquecida dentro de um ônibus escolar e permaneceu desaparecida por cerca de três horas na noite de quarta-feira (13), no município de Montes Claros, na região de Norte de Minas Gerais. O menino foi encontrado apenas por volta das 22h, ele estava cochilando no banco traseiro do coletivo que, após a rota, estacionou na garagem da prefeitura.
De acordo com informações da Polícia Militar, depois de esperar pela chegada do filho por quase duas horas após o término das aulas, a mãe, de 38 anos, procurou uma base comunitária móvel relatando que o menino não voltou para casa depois de sair da Escola Municipal Du Narciso, instituição em que estuda.
Desesperada, ela chegou a correr até a escola na esperança de encontrar seu filho, mas o garoto não estava lá. Os familiares do também o procuraram em locais conhecidos e a PM precisou realizar diligências nas regiões adjacentes à unidade na tentativa de achar a criança.
A busca só teve fim quando a diretora do educandário entrou em contato com os motoristas responsáveis por buscar as crianças na escola e entregá-las em pontos próximos às residências e com um funcionário da garagem. O homem de 51 anos revistou os ônibus e encontrou o menino dormindo, no banco traseiro de um dos coletivos.
A Polícia informou que ele já estava cochilando quando o ônibus passou por seu ponto de desembarque e, por isso, não teria descido. O motorista responsável contou aos militares que checou se estava tudo bem no coletivo antes de trancá-lo na garagem e que pelo fato do menino estar escondido atrás de um banco, dormindo, não o teria visto.
Crianças desacompanhadas
A angústia serviu para alertar os pais que têm filhos em idade escolar no município para a ausência de monitores que acompanhem as crianças durante os trajetos percorridos pelos ônibus escolares da prefeitura.
A Secretaria de Educação informou que, tradicionalmente, cada um dos 21 coletivos que atendem o município conta com um monitor, responsável por desembarcar ao lado das crianças e levá-los até seus respectivos pontos na hora do retorno.
Apesar disso, neste ano, houve um atraso e, mesmo com o início do ano letivo no dia 7, os ônibus estão contando apenas com os motoristas. A assessoria do órgão informou que o atraso se deve a questões burocráticas e que, no mais tardar, até o início da próxima semana, os 21 monitores já estarão acompanhando as cerca de seis mil crianças atendidas pelo serviço.
Sobre o caso específico, funcionários da secretaria comunicaram que “foi uma fatalidade” e uma “sucessão de erros”. “O aluno se enganou e não entrou em seu ônibus de costume. Por ele ser muito pequeno, quando o motorista conferiu o ônibus antes de fechá-lo, não viu o menino. Ele estava escondido. A fatalidade é tanto do menino ter entrado no ônibus errado, quanto do motorista não tê-lo encontrado e dele estar escondido”, comentou um funcionário.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a diretora da escola, Mary Rodrigues Lopes Ruas, pelas redes sociais, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. Os telefones da instituição, disponíveis na internet, também não funcionam.