Epidemia

Dengue explode em Minas com 3.585 novos casos a cada dia

Em uma semana, número de mortes subiu 50%, e o de doentes comprovados ou em apuração, 17%

Por Michelyne Kubitschek
Publicado em 30 de abril de 2019 | 03:00
 
 
 
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A epidemia de dengue no Estado explode e preocupa população e autoridades. Em apenas uma semana – entre os dias 23 e 29 de abril –, foram registrados 25.099 casos prováveis e confirmados, o equivalente a 3.585 por dia. Entre as duas datas, houve uma elevação de 17,8% de doentes comprovados ou em investigação, passando de 140.754 para 165.853. As mortes provenientes de complicações da doença subiram 50% nesse intervalo, indo de 14 para 21. E ainda há 66 óbitos em apuração. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (29) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). A situação é tão crítica que o número de casos registrados até o momento é quase seis vezes maior do que os 29.369 descobertos em todo o ano passado.

Diante desse elevado crescimento no número de casos, o governo do Estado anunciou, nesta segunda-feira, um repasse de R$ 4,2 milhões para apoio a 107 municípios no combate à doença. Cada cidade vai receber entre R$ 20 mil e R$ 400 mil, sendo que a capital vai ficar com o valor máximo.

Segundo a pasta, a previsão é que, até o fim desta semana, o novo recurso esteja disponível no Fundo Municipal de Saúde de cada prefeitura. Quanto ao avanço da doença no Estado, a Secretaria de Saúde esclareceu, por meio de nota, que é esperado um registro maior de casos em meses quentes e chuvosos.

Sob controle

As outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti estão um pouco mais controladas. São 1.414 casos prováveis de chikungunya. Há uma semana, eram 1.301 registros.

Já em relação ao zika, são 497 casos prováveis em 2019, mesmo número registrado há uma semana. Não houve registro de óbitos pelas duas enfermidades.

Pacientes se revoltam com atendimento

Pacientes da UPA JK, em Contagem, na região metropolitana, denunciam a falta de profissionais e a demora no atendimento. Nesta segunda-feira pela manhã, cerca de 50 pessoas com sintomas de dengue aguardavam médico na unidade de saúde. Parte deles utilizava cadeiras como leitos na sala de espera.

O vendedor Idelson Pedro Costa, 58, contou que a peregrinação por atendimento para ele e a família começou na última quarta-feira. “Minha mulher começou a sentir os sintomas primeiro. Ela veio, ficou horas e foi embora. Na quinta, meu menino passou mal. Ela veio com ele, ficou das 21h às 6h, e nem um exame de sangue fizeram”, contou. Nesta segunda-feira, ele também estava passando mal e teve que esperar por muitas horas.

“Reconhecemos a situação e estamos adotando medidas, como reforçar quadro de clínicos. A UPA JK recebeu mais três profissionais, enquanto as outras quatro, dois”, disse nesta segunda-feira a subsecretária de Saúde de Contagem, Kênia Carvalho, que orienta a população a procurar também as unidades Sentinela, nas UBSs, cujo tempo de espera é de uma hora.

Mais mortes em Contagem

Depois da morte da adolescente Beatriz Miranda Rodrigues, 17, no último sábado, na UPA JK, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, outros dois óbitos foram confirmados no mesmo município.

Uma das vítimas se encontrava internada em uma unidade de saúde pública, e a outra, em um hospital privado.

A Secretaria de Saúde de Contagem confirmou as duas mortes à reportagem e disse que ainda está reunindo informações mais detalhadas sobre elas.

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