Barão de Cocais

Divergência entre sistemas de monitoramento elevou nível da barragem

A Vale estuda a possibilidade de implantar diques de contenção para controlar danos em caso de rompimento da estrutura

Por Mariana Nogueira
Publicado em 23 de março de 2019 | 13:29
 
 
 
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Uma divergência entre dois sistemas que monitoravam a estabilidade da barragem Sul Superior, da mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, na região Central do Estado, desde o início de fevereiro, foi o que provocou a elevação do nível da estrutura para 3, segundo a Vale.

O sistema, composto por duas espécies de termômetros, estava sendo feito por uma célula robótica a laser e por radares. Na última quarta-feira (22), os termômetros, que deveriam apresentar medição semelhante, entraram em divergência, provocando a necessidade da elevação do risco. As causas da divergência, contudo, ainda estão sendo estudadas pela mineradora.

"Você tem um sistema de medição. Confia nele, analisa, interpreta e define as ações. Por segurança, a gente tem um sistema de redundância, baseado em conceitos físicos diferentes. Quando um deles começa a dar uma informação diferente da outra, a gente perde a referência em qual confiar. E aí, na dúvida, a gente não pode concluir o lado mais seguro, tem que concluir para o lado menos seguro”, disse o coordenador do comitê de respostas imediatas, Marcelo Klein.

Segundo ele, a Vale estuda a possibilidade de construir diques de contenção para controlar parte da barragem em caso de rompimento. "Estamos avaliando a possibilidade de diques de contenção a 5 km para, em caso de rompimento, aquela massa que descer de material encontrar anteparos que possam diminuir a velocidade e os efeitos danosos à frente que certamente aconteceriam”, afirmou.

Ainda segundo o representante da mineradora, hoje, do quadrilátero ferrífero da Vale, a barragem de Barão de Cocais é a que exige maior cuidado e está em situação mais precária. De acordo com Klein, contudo, a população pode confiar. “Não há motivo para pânico. É um trabalho de equipe para contermos a crise. É importante que as pessoas mantenham a calma e fiquem alertas as instruções. Confiem e acreditem que tem por trás uma equipe enorme e muito qualificada de todos os órgãos públicos pensando na segurança”, declarou.

Sobre o acionamento errado da sirene na mina de Brucutu, a maior de Minas, em São Gonçalo do Rio Abaixo, a Vale pediu desculpas a população. “Aparentemente não foi um erro humano, foi um erro de lógica do sistema. Foi um erro inadmissível e eu peço desculpas em nome da Vale e lamento o transtorno que isso causou a população”, disse o coordenador da empresa.

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