Luto

Doação de órgãos era 'desejo expresso' de policial militar, diz amigo

Militar morreu dois dias após ser socorrido com ferimento na cabeça para o hospital João XXIII

Por Bruno Daniel
Publicado em 12 de abril de 2024 | 12:11
 
 
 
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O sargento da Polícia Militar de Minas Gerais, de 41 anos, que teve a morte cerebral atestada na manhã desta sexta-feira (12 de abril), terá os seus órgãos doados. A informação foi confirmada pela defesa da esposa do agente. O militar foi socorrido para o hospital João XXIII com um ferimento na cabeça na última quarta-feira (10), após ficar mais de seis horas trancado em um motel na avenida Barão Homem de Melo, região Oeste da capital. 

Doar os órgãos era um desejo expresso do sargento, conforme relatou um amigo do militar, que não será identificado. "Ele falava isso pra todo mundo". A liberação dos órgãos foi assinada pela família do agente. Ainda não há confirmação sobre horário do velório e sepultamento.

No início da manhã desta sexta, a esposa e outros familiares do militar foram até o no hospital João XXIII, acompanhando os procedimentos legais para liberação do corpo. Eles se recusaram a falar com a imprensa. Em lágrimas, todos se abraçaram na recepção da unidade após a confirmação da morte.

O homem deixa duas filhas, de 11 e 13 anos. Ele passava por processo de divórcio com a esposa e estava afastado das funções na Polícia Militar de Minas Gerais.

Relembre o caso

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi acionado para negociar com um policial militar que se trancou dentro de um quarto do motel Barão, na avenida Barão Homem de Melo, na região Oeste de Belo Horizonte. A dona do estabelecimento, Cristiane Merino, informou que o homem chegou ao local na noite de terça-feira  (9 de abril) para passar a noite. Na manhã de quarta-feira (10), um colega do militar relatou à direção do motel que o homem estaria ameaçando tirar a própria vida. 

A partir dessa informação, militares especializados foram até o local para tentar negociar a saída do sargento. A corporação foi acionada por volta de 10h. As negociações duraram seis horas. A energia foi cortada para facilitar as negociações, segundo Cristiane.

Os policiais se posicionaram na garagem do quarto para tentar articular a rendição do policial. "Ele se negou a sair do quarto, a gente desligou o ar condicionado e a energia. Não havia nenhum cliente lá dentro", disse Cristiane. Quem estava no estabelecimento precisou sair. Ela afirmou ainda que o homem não pediu bebidas alcoólicas durante a noite, apenas água. Ele também não agrediu nenhum profissional do estabelecimento e apresentou um comportamento tranquilo.

No fim da tarde de quarta (10), o militar foi socorrido para o hospital João XXIII com um ferimento causado por arma de fogo na região da cabeça. Onde permaneceu internado.

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