Paralisação

Educadores de Betim protestam na porta da casa do prefeito

Além dos servidores de educação do município, funcionários da saúde também estão paralisados

Publicado em 05 de maio de 2014 | 19:32

 
 
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Servidores da educação em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, em greve há 22 dias, manifestaram na manhã desta segunda-feira (5), em frente à residência do prefeito da cidade, Carlaile Pedrosa (PSDB). A categoria promoveu um café da manhã e uma encenação teatral em repúdio a proposta de reajuste salarial parcelado de 7% oferecida pelo governo, sendo a primeira, de 3%, retroativa ao mês de abril, e a outra parte, de 4%, para agosto.

Ainda nesta segunda, trabalhadores da saúde realizaram uma assembleia geral da categoria em que decidiram entrar em greve por tempo indeterminado. Eles também criticaram a proposta de reajuste parcelado e aumento de R$ 30 no cartão Cesta Servidor.

Segundo o coordenador do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE), Luiz Fernando Souza, a proposta de aumento salarial sequer repõe as perdas inflacionárias dos últimos anos. A proposta está sendo chamada entre os servidores de “reajuste picadinho”.

Durante o protesto, os educadores colocaram em uma panela folhetos com os vários problemas que, na opinião deles, Betim enfrenta, dentre eles salários baixos, salas de aula superlotadas, violência e as denúncias de corrupção, e, ao mesmo tempo, cobraram as promessas de campanha do prefeito de valorização do funcionalismo. “O governo continua com uma política de não valorização dos servidores de carreira e não cumpriu com o termo de acordo assinado com os educadores no ano passado”, disse.

Uma nova assembleia dos educadores está marcada para esta terça-feira (6) às 9h. Em reposta às reivindicações dos servidores, a Prefeitura de Betim informou que a proposta de 7% de recomposição salarial para o servidor configura o valor máximo que os cofres municipais podem arcar neste momento. 

Saúde

Grande parte dos cerca de 6.000 trabalhadores da saúde aderiu à greve da categoria. “ Temos a segunda maior arrecadação de Minas, por isso, é inadmissível um reajuste parcelado. Na campanha, o prefeito prometeu valorizar os servidores e não é isso o que vemos na prática”, disse a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde), Berenice Freitas.

A categoria ainda informou que durante a greve vai manter apenas as equipes de urgência e emergência em funcionamento. Na terça-feira (6), os servidores da educação e da saúde irão protestar na Câmara de Vereadores. 

A greve da saúde mal começou e centenas de pacientes já tiveram dificuldade para conseguir atendimento. Na Unidade de Atendimento Imediato (UAI) Guanabara diversas mães que levaram seus filhos para serem assistidos na unidade, ficaram revoltadas. “Minha filha está há dias está passando mal. Apesar de ter duas pediatras, os funcionários disseram que temos que esperar, já que, por causa da greve, estão atendendo apenas duas crianças de uma em uma hora”, reclamou Adileuza Lopes, de 40 anos.