Quatro pessoas foram presas pela Polícia Civil na manhã desta terça-feira (21) suspeitas de aplicar golpes de empréstimo pela internet. A organização criminosa agia prometendo emprestar o dinheiro a pessoas carentes mediante o pagamento de algumas tarifas. Ao receberem os depósitos, contudo, os criminosos nunca efetuavam os pagamentos. A organização, que agia em Belo Horizonte e região metropolitana e fez vítimas até fora do Estado, chegou a lucrar pelo menos R$ 200 mil com os golpes. Os números, segundo a polícia, podem chegar a R$ 1 milhão.
Durante a batizada “operação Arlequina”, foram presos dois homens, de 31 e 36 anos, e duas mulheres, de 33 e 34 anos. Eles seriam tanto os aplicadores do golpe como os que ofereciam os nomes para a criação de contas bancárias laranjas. Na ação policial ainda foram apreendidos notebooks, celulares, cartões de crédito, cheques e outros documentos.
As vítimas entravam no sistema por meio de anúncios em sites e redes sociais. Após fecharem o negócio, os golpistas informavam que a pessoa precisava fechar determinada parcela em tarifa. A vítima fazia o depósito bancário, geralmente em contas fraudadas ou contas emprestadas por laranjas, mas a quadrilha pedia novos depósitos como garantia para o suposto empréstimo. “Gerava um ciclo vicioso, onde a vítima ficava presa junto a quadrilha, que com muito poder de persuasão conseguia sempre tomar muito dinheiro das vítimas até que elas não tinham condições financeiras mais de fazer novos depósitos. Neste momento, os autores desistiam e procuravam novas vítimas”, explicou o delegado Magno Machado.
Uma das vítimas, de acordo com o delegado, chegou a fazer um pedido de empréstimo de R$ 5 mil, mas fez o depósito de R$ 4.800 em tarifas. “Começavam em R$ 200, depois pediam mais R$ 200, R$ 150, valores diversos até exaurir a capacidade financeira da vítima” explicou.
A Polícia Civil informou que ainda continua o levantamento do número de vítimas e de criminosos envolvidos no esquema. (Com Nelson Batista)