Entenda

'Enfermeiro da Fhemig é muito bem pago', defende secretário de Saúde de MG

Embate entre servidores e governo começou após o Estado ter anunciado gratificações como reconhecimento pelo trabalho no combate à pandemia, mas apenas para médicos

Por Lara Alves
Publicado em 15 de abril de 2020 | 08:56
 
 
 
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Questionado sobre o anúncio de uma gratificação em dinheiro para médicos da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) que estão atuando no combate à pandemia do coronavírus, excluindo do bônus outros profissionais da saúde, o secretário Carlos Eduardo Amaral declarou que não se trata de benefício, mas de equiparação salarial.

Em entrevista exclusiva à rádio Super 91,7 FM na manhã desta quarta-feira (15), o chefe da pasta pontuou que os enfermeiros da instituição recebem bons salários se comparados com os pagos a outros membros da classe no Estado de Minas Gerais, ao contrário dos médicos. “Os servidores da enfermagem da Fhemig recebem, se não o maior salário da classe, um dos maiores. O enfermeiro de lá é muito bem pago. Com os médicos é o contrário, estávamos perdendo muitos para a iniciativa privada e para outros hospitais públicos. O salário dos médicos estava muito desproporcional. É um ajuste (a gratificação) para readequar com o salário dos médicos de outros hospitais. Se comparado, o médico da Fhemig recebia praticamente metade do salário dos outros, do Hospital Metropolitano, do Hospital das Clínicas, por exemplo”, declarou.

Ainda de acordo com o secretário, a necessidade de determinar um bônus apenas para os médicos surgiu após o encerramento do chamamento emergencial, em função da pandemia, para contratação de profissionais de saúde para os hospitais sob responsabilidade da fundação. “Os chamamentos para esses cargos no período do coronavírus acabaram com todas as vagas de enfermeiros e fisioterapeutas imediatamente preenchidas. Isso pelo fato de serem valorizados, temos até fila de espera, porque eles recebem acima do valor de mercado. As vagas para os médicos não foram preenchidas”, explicou.

Em repúdio ao decreto do governo que estabelece as gratificações apenas para os médicos, funcionários de outras classes da saúde ligados ao Hospital João XXIII decidiram paralisar as atividades na manhã desta quarta-feira (15). A Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg/Sindpros) considera injusta a ação do Estado, que privilegia apenas uma das frentes de trabalho contra a pandemia em Minas Gerais. A expectativa é que a paralisação dure entre duas e três horas. O início do ato está marcado para pouco antes das 10h, com uma assembleia de trabalhadores.

(Com Daniele Franco)

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