Entidades da sociedade civil de Belo Horizonte se reuniram nesta segunda-feira (17) na Câmara Municipal da capital e entregaram uma carta aberta aos vereadores e aos belo-horizontinos com estratégias e planos que visam minimizar tragédias durante o período chuvoso.
Para as entidades, trata-se de uma mudança de dinâmica urbana, que envolve reduzir ao máximo as emissões, migrar o deslocamento para os transportes coletivos, bicicleta e caminhada, aumentar a arborização para reduzir as ilhas de calor, garantir permeabilidade do solo, recuperar e proteger nascentes e áreas de recarga hídrica, descanalizar córregos, retirar construções dos fundos dos vales, tratar o esgoto e ter maior consciência do consumo de água. A proposta é que as entidades formem um grande grupo de ações. Uma reunião com a prefeitura também foi solicitada.
“Lançamos uma carta para a cidade, pensada mais integrada com a natureza e com menos desastres dentro da previsibilidade. A proposta é criar um grupo mais generalista e mais diverso possível, a fim de que a gente consiga propor soluções que de fato vão ser fundamentadas, respeitando as três partes mais importantes que são as questões ambiental, econômica e social. A gente quer uma cidade diferente. Essa região é muito abundante. Muita água, são muitos biomas. É a gente pensar mesmo um jeito de viver mais integrado nisso, entendendo que a gente é parte, não o todo”, disse Jeanine Oliveira, membro do projeto Manuelzão.
Entre as dez principais propostas apresentadas pelos ambientalistas à cidade estão a realização de uma drenagem urbana, a verificação de cada curso d’água - segundo as entidades Belo Horizonte tem cerca de 700 quilômetros de curso d’água, sendo que aproximadamente 200 deles estão canalizados -, a elaboração de parques ciliares, que estabelecem vegetações em torno de rios e mananciais, o tratamento de esgoto, incentivo ao transporte coletivo, implementação de mobilidade ativa, para que população possa andar a pé, além de desestímulo aos automóveis. Também há a proposta de maior segurança em encostas, com reassentamentos em áreas de risco, implementação de políticas de moradia e a criação de uma gestão participativa, com maiores diálogos entre Executivo, Legislativo e comunidade.