Escolas públicas e particulares de Belo Horizonte têm encaminhado para os pais bilhetes alertando sobre o risco de proliferação de piolhos, especialmente em crianças menores de 6 anos. O alerta é comum perto do inverno, quando os alunos costumam ficar mais juntos e há aumento da incidência de infestações. Apesar dos avisos, a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte nega que haja surto desses insetos na capital. A última vez que ocorreu uma epidemia na cidade foi em maio de 2017.
A artesã Camila Flávia de Oliveira Dutra, 30, recebeu o bilhete da escola na semana passada e, por isso, se deu conta de que a filha, de 6 anos, estava com piolhos. “Ela (filha) comentou que a professora só conta histórias em que os meninos e as meninas tomam banho”, afirma Camila. O informativo foi tão importante que a mãe fez questão de agradecer à professora, e a pequena dela ficou livre dos piolhos após fazer um tratamento de quatro dias.
A advogada Luciane Wagner, 47, também precisou lidar com o problema nos trigêmeos de 11 anos. “Fiquei nessa peleja desde novembro. Em janeiro, eles tiveram novamente, e agora, em março, só a menina teve”, contou. Para se livrar da praga, a criança precisou fazer um tratamento de quatro dias com xampu específico.
Assim como as duas mães, é importante que os pais não se descuidem do tratamento e da observação. A pediatra Karina Azevedo Reis aconselha uma busca “ativa” de piolhos e lêndeas na cabeça das crianças. Ela recomenda ainda que os pais não realizem nenhum tipo de tratamento caseiro com substâncias como vinagre e querosene. E, apesar de não ser uma doença, o ideal é levar a criança até um pediatra. “Produtos como querosene, além de não matar os piolhos, ainda podem causar queimaduras nas crianças. A gente vê muita complicação por causa dessas receitas caseiras, apesar de toda a informação disponível”, explica Karina.
Além disso, a médica alerta que, quando há muitas pessoas da família com a infestação, é preciso mais cuidado. “É preciso trocar as roupas de cama, não compartilhar pentes, bonés, entre outros”, diz. O tratamento adequado, alerta a profissional, pode ser feito com xampus e comprimidos receitados por um especialista.
Mitos e verdades
O piolho pode voar de uma cabeça para outra. Mito. O piolho não tem asas e, portanto, não voa.
É possível pegar piolho nas sobrancelhas e nos cílios. Verdade. Mas o tipo de piolho que se prolifera nessas áreas não é o mesmo da cabeça. É chamado de “chato” e é encontrado na região pubiana.
Quanto mais suja a cabeça, mais piolho ela vai ter. Mito. O inseto prefere cabelos limpos.
Para matar o piolho é preciso esmagá-lo. Mito. Para eliminar o inseto, é preciso colocá-lo em um pote com vinagre e água.
Como prevenir e controlar os piolhos
Evite o contato cabeça a cabeça (cabelo a cabelo) durante as brincadeiras e outras atividades em casa, na escola e em outros lugares (atividades esportivas, playground, festas, etc.)
Não compartilhe chapéus, cachecóis, casacos, uniformes esportivos, fitas de cabelo ou presilhas.
Não compartilhe pentes, escovas ou toalhas.
Desinfete pentes e escovas usados por uma pessoa infestada, mergulhando-os em água quente por cinco a dez minutos.
Não deite em camas, sofás, travesseiros, tapetes ou bichos de pelúcia que tenham estado recentemente em contato com uma pessoa infestada.
Use xampu neutro, porque piolhos são atraídos por cheiros adocicados e cítricos dos xampus infantis, normalmente com cheirinho de frutas ou chiclete.
Lave a cabeça da criança todos os dias durante o período de infestação.
Mantenha o cabelo preso em locais de aglomeração de
pessoas, como nas escolas.
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Escolas de Belo Horizonte estão em alerta para proliferação de piolhos
Apesar de a situação já assustar professores e pais de alunos, ainda não é considerada epidêmica
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