Amigos, colegas de sala e uma ex-diretora, assustados após o ataque à Escola Estadual Orlando Tavares na manhã desta quinta-feira (7), em um distrito de Caraí, no Vale do Jequitinhonha, detalharam o suspeito de comandar o ataque como 'um menino tranquilo' e 'sem histórico de agressividade'. O adolescente de 17 anos pulou os muros da escola e entrou no pátio da instituição, munido com facão, simulacro de arma de fogo e uma garrada. Dois estudantes foram atingidos por disparos, e um deles precisará até ser transferido para receber cuidados médicos em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.
"Nunca tinha acontecido nada disso na escola, é uma tragédia sem explicação. Toda a comunidade escolar está muito abalada", lamentou aos prantos uma ex-diretora da escola, que conversou com a reportagem de O TEMPO, mas preferiu não se identificar. Segundo ela, o aluno que atirou nos colegas se saía bem nas aulas e não tinha qualquer histórico de agressividade.
O crime chocou igualmente os estudantes da unidade. À polícia, alunos contaram que o adolescente responsável pelos disparos sempre foi 'uma pessoa muito tranquila'. No entanto, funcionários da escola não quiseram comentar a respeito do passado dele.
"Nenhum professor ou o diretor quiseram comentar fatos relacionados à vida pregressa do adolescente, o que dificulta nossas possibilidades de confirmar a motivação. Mas, os alunos relataram que ele é tranquilo", comenta o tenente coronel Fábio Marinho dos Santos, da Polícia Militar, à frente da ocorrência.
Aliás, alguns estudantes contaram aos militares, ainda na porta da escola, que duas rejeições amorosas seriam a motivação do aluno para cometer o crime. Ele teria invadido a escola para atentar contra a vida de duas adolescentes, que teriam negado seus pedidos de namoro. A polícia conseguiu apreendê-lo logo após o crime.
No entanto, ao seguir para a sala de aula onde o crime seria cometido, uma professora freou sua entrada fechando a porta. Ainda assim, o jovem disparou contra a barreira e os tiros atingiram, assim, os dois outros estudantes. Estes seguiram para o Hospital Nossa Senhora Mãe da Igreja, no município vizinho de Padre Paraíso, onde permanecem internados em observação. Um deles foi submetido a uma transfusão de sangue e continuará seu tratamento em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri.