A exigência do cartão de vacina com a dose para febre amarela para entrar em parques da região Oeste de Belo Horizonte pegou de surpresa alguns visitantes na manhã deste domingo (7). A exigência foi adotada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) após um macaco morto ser encontrado na região. 

Nos demais parques da cidade, o cartão também é exigido, mas quem não o estiver portando, pode assinar um termo para a entrada. 

A psicóloga Luciane Ramos Furtado, 47, teve a entrada barrada no parque Jacques Costau, localizado no bairro Betânia, na região Oeste de Belo Horizonte. No local, só é permitida a entrada com o cartão de vacina. Com isso, ela precisou arrumar um outro local para fazer a caminhada matinal. 

“Cheguei aqui e fui pego de surpresa. Mas a gente precisa obedecer, são regras. Geralmente eu venho aqui fazer uma caminha porque o parque é muito bonito. Agora vou fazer uma caminhada na avenida e outro dia eu volto”, disse.

No mesmo parque, o marceneiro Marcelo Menezes de Souza, 47, conseguiu entrar. Ele afirma que faz parte de um grupo de ciclistas que estavam sabendo já da exigência. 

“A gente faz parte desse grupo que já estava por dentro e também tínhamos visto pelo site da prefeitura. Eu mesmo me vacinei há cerca de dez dias, estava com a vacina atrasada”, explicou. 

No parque Aggeo Pio Sobrinho, no Buritis, também na região Oeste de Belo Horizonte a exigência é a mesma, os visitantes só entram com o cartão de vacina. A fisioterapeuta Tatiana Guiesse, 41, resolveu ir até o local com uma amiga, mas as duas também acabaram barradas pela falta do comprovante vacinal. 

“Fui pega de surpresa. A gente não sabia disso. Decidimos fazer uma caminhada no parque depois de irmos à academia. Essa questão da febre amarela nos preocupa também, ainda mais que temos filho pequeno”, relatou.

No parque Mangabeiras, na região Sul da cidade, quem não tem cartão pode assinar um termo para a entrada. Mesmo assim, ainda tem visitante reclamando da falta de divulgação antecipada de informações. 

“Eu achei que eles estavam exigindo as duas doses da vacina contra a Covid-19 e não da febre amarela. Eu acho que a prefeitura precisa melhorar a questão da atualização no site. A gente só sabe a questão de horário, mas as exigências não”, reclamou o agente operacional Diego Pereira Rodrigues. 

Procurada, a assessoria de imprensa da PBH informou que a exigência foi noticiada no site e nas redes sociais da Prefeitura de Belo horizonte  e que, além disso, a notícia foi divulgada em todos os veículos de comunicação da capital.

Surto recente

A febre amarela, no passado recente, chegou a acender alerta máximo em Minas Gerais quando, em julho de 2017, mineiros foram acometidos pela doença. Entre aquele mês e junho do ano seguinte, mais de 80 óbitos causados pela doença foram registrados. Belo Horizonte foi o município com mais casos à época.

Esquema vacinal da Febre Amarela

-Crianças, ao completarem 9 meses de vida, devem tomar 1 (uma) dose;
-Crianças, ao completarem 4 anos de idade, devem tomar a dose de reforço;
-Pessoas de 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação, devem tomar 1 (uma) dose;
-Pessoas que receberam apenas 1 (uma) dose da vacina antes de completarem 5 anos de idade devem tomar 1 (uma) dose de reforço.