Filho do senhor Wilson segue desaparecido e pai busca notícias

Sentado no espaço da associação de moradores do Córrego do Feijão, em Brumadinho, a região metropolitana de Belo Horizonte, Wilson Caetano, o "senhor Wilson", segue aguardando alguma notícia do filho, que está entre um dos desaparecidos após o rompimento da barragem I, no dia 25 de janeiro.

Em conversa com a reportagem de O TEMPO, nesta segunda-feira (4), o idoso afirma que continua indo à área de buscas na tentativa de ter informações de Luís Caetano.

"Moça, acho que nem coração eu tenho mais. Acho que ele acabou também. Chega a noite e você não vê seu filho chegando em casa é complicado. Enquanto eles não derem conta do corpo do meu filho, vou estar aqui sempre", desabafou.

Desde o dia da tragédia, senhor Wilson não consegue dormir e não se alimenta direito. "Eu tinha a esperança de encontrar ele vivo vindo me abraçar, mas isso já foi embora. Agora quero que devolvam o corpo do meu filho para eu enterrá-lo", disse.

Luís, de 31 anos, trabalhava para uma empresa terceirizada da Vale quando o rompimento da barragem ocorreu. Desde então, além do pai, um primo da vítima também vai ao local de buscas.

"Isso (o rompimento da barra) não foi coisa de Deus. Aconteceu por causa da ganância do homem", finalizou.