Barragem

Governador Valadares teme ficar sem água com rompimento em Barão de Cocais

Moradores de Governador Valadares temem que o Rio Doce seja atingido em caso de rompimento de barragem como aconteceu em 2015

Por Natália Oliveira
Publicado em 18 de maio de 2019 | 10:42
 
 
 
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A possibilidade do rompimento da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, da Vale, em Barão de Cocais, na região Central de Minas Gerais, e dos rejeitos atingirem o rio Doce deixa os moradores de Governador Valadares, no Rio Doce, bastante apreensivos. A prefeitura está se preparando para o problema e alguns moradores já estocam água. 

Em 2015 a população da cidade sofreu com o rompimento da barragem de Mariana, também na região Central. A lama atingiu o rio Doce e a população ficou sem abastecimento hídrico.  Além de afetar quem dependia do rio para sustento. A escassez de água fez os moradores da cidade enfrentarem filas enormes em busca de água potável. 

Nesta sexta-feira (17) o Sistema de Comando em Operações (SCO) da cidade se reuniu com representantes da prefeitura para traçar estratégias em caso da barragem se romper e atingir novamente o rio. 

Pelo Facebook o prefeito de Governador Valadares, André Merlo, gravou um vídeo dizendo que se houve o rompimento da barragem a cidade está preparada. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares, segundo o prefeito, está preparado para tratar a tratar a água com alta turbidez. 

Veja vídeo:

 

Pelas redes sociais os moradores da cidade demonstraram muita insegurança com  a possibilidade de rompimento de barragem. Alguns falaram que estão estocando água. Outros disseram que vão matar o rio de vez. 

Segundo uma nota do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema), uma simulação de rompimento aponta que os cursos d’água diretamente afetados seriam o Córrego Barão de Cocais/São João, que deságua no Córrego Morro do Queimado, Córrego Ben Ventura, Córrego Barrocas e, por fim, no Rio Santa Bárbara.

"Além disso, a passagem do material poderia comprometer importantes mananciais a jusante da barragem, como o próprio Rio Santa Bárbara, Rio Piracicaba e Rio Doce, distantes 27,2 km, 79,8 km e 195,2 km do local da barragem, respectivamente", informou o Sisema. Além de Governador Valadares, todas as outras cidades de Minas em que o Rio Doce passa podem ser atingidas. 

"Em termos de aproveitamento energético, a onda de inundação atingiria o reservatório da Usina Hidrelétrica de Peti, localizada a 14 km de distância da barragem, entre os municípios de Santa Barbara e São Gonçalo do Rio Abaixo",  complementa o órgão em nota. 

No entanto o tenente-coronel Flávio Godinho, porta-voz da Defesa Civil estadual, informou a reportagem de O TEMPO que a lama não chegará ao Doce.

"Ela ficará retira na Usiana Hidrelétrica de Peti, que tem capacidade para conter todo o rejeito da barragem. O caminho da lama para o rio Doce passar por essa usina então não vai chegar até ele, por que o rejeito vai parar em Peti", considerou o tenente-coronel. 

A reportagem de O TEMPO procurou a Vale, responsável pela barragem da mina Gongo Soco pelo e-mail e aguarda retorno. 

(Com a colaboração de Clarisse Souza)

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