Disputa por tráfico de drogas e guerra entre duas famílias seriam as principais causas para quatro assassinatos ocorridos em um intervalo de menos de dois anos, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Quatro suspeitos do último homicídio dessa guerra foram apresentados nesta quinta-feira (7) pela Polícia Civil (PC), porém, outros quatro homens envolvidos no crime ainda estão foragidos.
Esse último caso ocorreu no dia 24 de maio deste ano. Na ocasião, Wudson Flávio Gonçalves, de 32 anos, foi morto com mais de quatorze tiros. A motivação teria sido por vingança à morte de André Luiz Matias Graciano, em fevereiro de 2013, que, por sua vez, teria sido morto por envolvimento no assassinato de Robert Wallison Gonçalves Barbosa, em dezembro de 2012.
“Tudo se iniciou nessa primeira morte de 2012, em que as famílias Gonçalves e Graciano, moradoras da Vila Pinho, começaram uma briga entre elas. Querendo cada uma vingar a morte de seu familiar. No caso do Wudson, ele não teve participação no assassinato do André, mas sabia quem era o autor desse crime. Então, a família Graciano começou a perseguí-lo e dizer que se ele não delatasse iriam matá-lo e foi o que fizeram”, afirmou o delegado responsável pelas investigações, Antônio Harley.
De acordo com o policial, no dia do crime Wudson estava voltando da casa da sua namorada, em Ibirité, quando foi surpreendido pelos criminosos. “Ele chegou a perceber que estava sendo seguido e tentou fechar o portão da casa correndo, mas infelizmente não teve jeito”,disse o delegado, acrescentando que a vítima já havia sofrido um atentado duas semanas antes do acontecimento.
Durante a execução de Wudson, o tio do rapaz, que morava no andar de cima, apareceu armado e começou a atirar nos criminosos. Um deles, Leandro Pereira Fernandes, de 24 anos, foi atingido por vários disparos e também acabou morrendo no dia. “Durante o inquérito, entendemos que o tio agiu em legítima defesa. O Leandro chegou a ser socorrido por comparsas e deixado em um dos hospitais da região, mas não resistiu e morreu”, contou.
Prisões
Segundo a Polícia Civil, oito pessoas foram indiciadas pelo crime. Já foram presas Manoel José Graciano, de 60 anos, Manoel Junior Matias Graciano, Patrich Ferreira Fonseca, e Wesley Maria Ferreira da Silva. Os outros suspeitos estão foragidos.
Os outros quatro suspeito de cometerem o assassinato contra Wudson Flávio Gonçalves, de 32 anos, ainda estão foragidos e teriam fugido para São Paulo. “As informações que temos é que eles teriam ido para lá com medo de serem presos, mas não podemos precisar se eles estão lá mesmo. Os mandados de prisão já foram expedidos”, afirmou o delegado Harley.
Dentre os procurados pela polícia estão Paulo Henrique Matias Graciano, de 28, Cristiano Matias Rezende, de 26, André Luiz Nascimento Teixeira, de 23, e Deivisson Lourenço Silva (Dedê), de 23.
A polícia pede que qualquer pessoa que tenha informação sobre o paradeiro dos suspeitos entre em contato com o telefone 181. A denúncia pode ser feita de forma totalmente anônima.
De acordo com a Polícia Civil, o inquérito que apura a morte de André Luiz Matias Graciano, em 2013, ainda não foi finalizado, mas isso deve ocorrer ainda este ano.