Um processo inusitado chegou até o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em agosto de 2018 e só teve fim no começo deste ano. A história começou quando a Assembleia de Deus de Itabirinha, região Leste de Minas, decidiu expulsar um homem acusado de assediar sexualmente fiéis da congregação. Insatisfeito, o suspeito resolveu recorrer à justiça para voltar a frequentar os cultos e as atividades da igreja evangélica.
Aos tribunais mineiros, o homem alegou que a igreja não ouviu suas testemunhas de defesa durante o julgamento interno e ignorou as provas apresentadas. Logo que saiu a decisão que o expulsava, o acusado deu entrada com o processo na comarca de Mantena.
No entanto, a negativa do juiz, que considerou válida a decisão tomada pela Assembleia de Deus, revoltou o homem que novamente recorreu, desta vez ao TJMG.
O caso só teve fim em janeiro deste ano, quando o relator, o desembargador Arnaldo Maciel decidiu que a justiça não pode interferir no funcionamento das instituições religiosas.
Além disso, para Maciel, a expulsão decidida pela igreja não foi resultado de boataria, mas partiu da denúncia de várias mulheres que frequentam a Assembleia. Os outros dois desembargadores votaram de acordo com o relator.