Barbaridade

Homem põe fogo em casa e mata filha de 5 anos e bebê de 2 meses

Autor do crime também perdeu a vida no ataque; uma adolescente de 15 anos, que também é filha do suspeito, foi socorrida com 90% do corpo queimado

Por Renata Evangelista e Bruno Menezes
Publicado em 23 de setembro de 2021 | 18:44
 
 
 
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Duas crianças, uma de 5 anos e outra de 2 meses, morreram e uma adolescente de 15 anos ficou gravemente ferida, na tarde desta quinta-feira (23), depois que um homem de 43 anos ateou fogo na própria casa, em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O autor do crime, que era pai da garotinha de 5 anos e da adolescente, também morreu no local. A menor foi socorrida em estado gravíssimo, com 90% do corpo queimado. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a garota foi levada de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, que é referência em Minas Gerais no tratamento de queimados. A reportagem de O TEMPO está no local e apurou que a mãe das vítimas, e ex-mulher do suspeito, teria deixado os filhos mais novos sob cuidados da adolescente. 

O caso aconteceu na rua Antônio Fernandes, no bairro Tijuco. A identidade do homem que ateou fogo em si e na casa ainda não foi revelada, bem como a possível motivação do bárbaro crime, que será investigado pela Polícia Civil (PC).

O vizinho da casa da família, o pintor Nilton Aparecido Costa, estava no local na hora do incêndio e presenciou tudo. "Uma cena terrível, todo mundo na rua desesperado. Eu entrei e, quando cheguei lá, vi alguns colegas apagando o fogo. Cheguei na cozinha e vi o o pai deitado e a moça do lado. Eles estavam vivos, se debatendo. Passei por eles e vi os corpos das duas crianças. Uma cena terrível que não vai sair sair da minha cabeça nunca mais", detalhou. 

Ainda segundo o morador do bairro Tijuco, o autor morava na casa. "Eu não sei explicar. Ele não morava junto com a mulher, mas tinha contato com as crianças. Sempre víamos ele andando na rua com elas", lembrou Costa. 

Homem não aceitava a separação

Ainda de acordo com o vizinho, o suspeito trabalhava no mesmo condomínio que ele. De colegas de trabalho, ele soube que o suspeito estava com depressão.

"Era uma pessoa tranquila, mas, pelo que fiquei sabendo, estava meio depressivo. Ficou afastado uns dias do trabalho. Ele não aceitava a separação, mas já tinha mais de anos que não estavam mais juntos. O bebê era de outro pai", contou.

Os moradores do bairro ficaram assustados com o crime. “Não tem explicação para isso não. Está todo mundo abalado, ninguém esperava isso. É a pior tragédia que eu já vi na minha vida. São três crianças, é difícil aceitar”, desabafou Hudson Renê Miguel Costa.

Ele jogava bola com o suspeito, mas nunca imaginou que uma tragédia como essa poderia acontecer, já que o vizinho era uma pessoa discreta. Ele contou ainda que o homem estava sempre pelo bairro brincando com as filhas. 

“Abala Esmeraldas inteira. A gente convivia com as crianças. Não esperava isso nunca dele”, disse.

Mãe das vítimas

De acordo com o presidente do Conselho da Criança e do Adolescente de Esmeraldas, Thiago Ramos, o município está prestando assistência psicológica para a mãe das vítimas. "A mãe foi encaminhada para o hospital municipal da cidade, onde vai ter acompanhamento psicológico, por que ela não sabe da notícia ainda, ela saiu daqui sem saber que os filhos haviam falecido", explicou. 

Ramos explicou que a família da mulher foi avisada da situação, mas a mulher não tem parentes na cidade e todos moram no Norte do Estado.

Com José Vítor Camilo

Atualizada às 22h31

 

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