Há nove anos iniciou-se na Igreja Nossa Senhora de Boa Viagem, na região Central de Belo Horizonte, longo preparo para obras de restauração que ocorreriam no transcorrer da década – e, que, às vésperas de serem concluídas, encontrariam como empecilho a pandemia do coronavírus, que acarretou a interdição completa da paróquia entre os meses de março e agosto. Entretanto, a drástica interrupção não bastou para a suspensão completa do restauro, e, nesta segunda-feira (26), o santuário mergulha naquelas que são as últimas etapas da obra começada em 2011.

Acredita-se, de acordo com o padre Marcelo Silva, que a restauração será concluída à primeira quinzena do mês de novembro, e a igreja reaberta logo após com celebração do arcebispo metropolitano, dom Walmor de Oliveira de Azevedo.

Contudo, não há que se esperar salão lotado para a missa. Frente a urgência de protocolos sanitários como medida de segurança contra a Covid-19, o número de lugares disponíveis na paróquia para a reinauguração será limitada – ainda não se sabe a quantidade de fiéis que serão abrigados para a celebração. Aqueles que adentrarem o interior da Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem poderão vê-la em suas cores originais, uma homenagem à bandeira do Brasil e à independência da República.

“Nós queríamos recuperar o original da igreja. Entrávamos naquele ano de 2011 com um levantamento de informações sobre quais eram as cores originais, qual a primeira pintura da igreja, e, chegou-se ao conceito hoje existente com os quatro tons principais: amarelo, verde, azul e branco. Os tons predominantes fazem menção ao tom da bandeira do Brasil, e você pode encontrar a riqueza de cores nos vitrais, no mármore esverdeado”, detalhou, na manhã desta segunda-feira, o padre Marcelo.

Estimava-se, inicialmente, que a igreja seria reinaugurada no próximo sábado. Entretanto, entendeu-se que era melhor aguardar mais sete dias para a conclusão completa das obras de restauração. “Infelizmente, com obras, as coisas mudam o tempo inteiro, e a empresa não conseguirá entregá-la a tempo. Então, necessitamos de mais uma semana, no começo de novembro, para terminar. A igreja está quase 100%, mas este quase significa que ainda não terminou, e para uma inauguração inicial decidimos que poderíamos esperar até a primeira quinzena do mês, com certeza”.

Espaços internos mais importantes do Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua foram submetidos à restauração, como a cripta onde estão enterrados os bispos, a nave, as galerias, o coro e o calvário.

Histórico

As obras começaram realmente um ano após o início do projeto, e a primeira etapa dedicou-se à restauração do telhado. Entretanto, apesar da continuidade do restauro no decorrer da década, não houve qualquer interrupção das celebrações eucarísticas – exceto entre os meses de março e agosto, quando houve o fechamento emergencial do santuário em função da pandemia do novo coronavírus. “Em 19 de agosto nós reabrimos os espaços físicos da igreja, e, de lá para cá, estamos celebrando missas no salão paroquial com um número restrito de vagas, máximo de 40 fiéis. Esperamos poder retomar com força total as celebrações após a reinauguração, claro, com as restrições impostas pela Saúde. As missas, nestes anos, aconteceram ora no salão paroquial com entrada pela rua Sergipe, ora. Na própria igreja”, relembra padre.

A Igreja Nossa Senhora de Boa Viagem está prestes a completar seu primeiro centenário. O conjunto arquitetônico em estilo neogótico foi criado começou a ser criado em 1923.