Ainda considerada um tabu entre os homens, a dificuldade de ereção peniana pode se transformar em doença caso não seja tratada desde o início. E, apesar de haver medicamentos orais para a impotência sexual, o médico urologista e andrologista responsável pelo Ambulatório de Andrologia e Reprodução Humana do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Reginaldo Martello, alerta que o tratamento apenas se torna eficiente com ajuda psicológica ou de um sexólogo.
Conforme o médico, se a causa da disfunção for psicológica, o tratamento básico é a psicoterapia. "O remédio pode ser eventualmente usado, mas não está combatendo a causa do problema", explica. Para as causas orgânicas, diz, o medicamento é indicado como complemento ao tratamento psicológico.
Cerca de 80% dos casos de disfunção, segundo especialistas, ocorrem devido a fatores orgânicos, ou seja, doenças como hipertensão arterial, problemas neurológicos, cirurgias de próstata graves e diabetes. Os médicos destacam ainda como causas da impotência o uso de cigarro e álcool.
No entanto, apesar de ser mais comum a partir dos 40 anos, a disfunção erétil pode acometer também os homens mais jovens. Entre esses pacientes, o estresse e a depressão são apontados como as principais causas.
Atualmente há quatro medicamentos usados via oral disponíveis no mercado com ação localizada (pênis) " Viagra, Levitra, Cialis e Vivanza, dos laboratórios Pfizer, Bayer HealthCare, Lilly e Medley respectivamente.
"Todos são muito parecidos e o efeito é basicamente o mesmo: são vasodilatadores que agem no tecido peniano. Eles são eficientes em torno de 70% dos casos", afirma Martello.
Reações
O médico esclarece que todos os medicamentos têm efeitos colaterais que se caracterizam principalmente pela dor de cabeça, rubor facial, congestão nasal, desconforto gástrico e um pouco de dor muscular.
Se o problema for de ordem psicológica, alguns pacientes não precisam mais do remédio devido à falta de segurança ou ansiedade " fatores que atrapalham a ereção. "Mas, se o problema for orgânico, ele vai precisar sempre do medicamento."
Em pacientes mais novos, diz, a grande causa é psicológica e varia de problemas simples do dia-a-dia a estresse, questões familiares, conjugais, financeiros e ainda mais complexos, como psiquiátricos e depressão. "No idoso, tudo isso também interfere, além das características físicas", explica.
Existem cerca de 180 milhões de homens com problemas de disfunção erétil no mundo. No Brasil, a estimativa é que 50% dos homens já tenham sofrido algum problema de ereção.